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domingo, 12 de dezembro de 2010

Contraditar, contradizer, ou contrafacção?

O beijo de Judas Iscariote
O Presidente da República afirmou ontem que os portugueses têm de se sentir "envergonhados" por existirem em Portugal pessoas com fome, um "flagelo" que se tem propagado pelos mais desfavorecidos de forma "envergonhada e silenciosa".
"Nós temos de nos sentirmos envergonhados por estarmos no século XXI, Portugal ser uma democracia, ser um país que, apesar de tudo, está num desenvolvimento acima da média. No entanto, alguns de nós, alguns portugueses sofrem de carência alimentar", afirmou Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas no final da apresentação da campanha "Direito à Alimentação", promovida pela AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.
Sublinhando que apoiar esta campanha era para si "um dever moral", o Chefe de Estado recordou que "a alimentação é o direito básico do ser humano, fundamental para a sobrevivência, para a saúde e para o desenvolvimento".
Questionado se teme um agravamento da situação com a entrada em vigor, a 1 de Janeiro, de novas medidas de austeridade, Cavaco Silva disse confiar na solidariedade dos portugueses porque, apesar do país ser pequeno, "o coração é grande".
A campanha "Direito à Alimentação" destina-se a aproveitar as sobras e desperdícios do sector da hotelaria e da restauração.
O líder do BE usou as palavras do PR para dizer que os portugueses devem "responder com coragem contra a fome" mas também contra "os escândalos financeiros do BPN", que "duplicam as dificuldades orçamentais" de Portugal e afirmou que "vergonha é que, neste próximo ano, um buraco de 4.600.000.000 € pelos ex-ministros que se acoitaram no BPN seja de uma dimensão que duplica as dificuldades orçamentais da economia portuguesa", numa referência aos antigos governantes do PSD durante os Governos liderados por Aníbal Cavaco Silva.
Para o coordenador do BE, "não basta por isso ter só vergonha, é preciso corrigir, ter coragem e enfrentar agora a fome, a pobreza, o desemprego, os desvarios financeiros, trazer rigor e coerência na solidariedade".
Realmente, dizer que os portugueses (todos) devem sentir vergonha da fome que ameaça o país, é muito redutor.
Quem tem que ter vergonha de o país estar como está, são exclusivamente os responsáveis pela governação nos mandatos anteriores, que são TODOS os POLÍTICOS, inclusive o PR.
Só o tal buraco (desfalque) do BPN, daria para que durante 5 anos não fosse “necessário” reduzir os salários dos Funcionários Públicos.
E “eles” continuam por aí, se não a rirem-se, pelo menos a gozarem, SEM VERGONHA!

2 comentários:

  1. Estava a ler o texto e a tecer considerações, quando me deparo com as que são apresentadass. Estamos em sintonia. É descaramento dizer-se que há pessoas com fome e acatar medidas que agravam a pobreza; é descaramento dizer-se que há pessoas com fome e vermos imagens de lautos banquetes; é descaramento dizer-se que há pessoas com fome e vermos o desperdício em trapos e outras futilidades de bradar aos céus.
    Seria bom que os políticos começassem a utilizar medidas de contenção visual...já não são capazes de mostrar solidariedade contra quem leva murros no estômago todos os dias.

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  2. Ibel
    O que me choca, ou deve abrir os olhos e o coração, é quererem culpar-nos a nós, portugueses, pela situação actual e pela fome dos que ontem tinham o que comer, porque tinham trabalho e uma função social.
    Eles é que fizeram a porcaria e nós é que temos que limpar.
    Admite-se?

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