O setor das telecomunicações continua a liderar as queixas.
No ano passado, 369.767 consumidores contactaram a DECO. As telecomunicações, compra e venda de bens, banca e serviços de interesse geral voltaram a ser os setores que mais reclamações motivaram.
Em 40.000 dos casos, a DECO teve intervenção direta para a resolução do litígio.
O setor das telecomunicações continua a ser um dos mais visados. Ana Cristina Tapadinhas fala em práticas "pouco aceitáveis". “Não é legal que os consumidores continuem a ser confrontados com venda de produtos para zonas que, à partida, esses prestadores de serviços sabem que não existem condições técnicas para o fornecimento dos mesmos. Também não é aceitável que os consumidores sejam reiteradamente confrontados com a exigência do pagamento de uma penalização por incumprimento do período de fidelização quando querem rescindir o contrato, sendo certo que tem mais que motivos para lhe por termo.”
No setor bancário, os problemas relacionados com a falta de informação no crédito ao consumo, o "aumento irregular" do 'spread' [margem de lucro dos bancos] no crédito à habitação e as "práticas irregulares" na amortização antecipada no crédito ao consumo e crédito à habitação continuam a merecer "inúmeras reclamações".
A situação leva a DECO a exigir, este ano, "uma adequada fiscalização e intervenção do Banco de Portugal".
Em 2010, os consumidores reclamaram ainda por causa das garantias legais na compra e venda de produtos defeituosos e pela facturação de serviços como a prestação do abastecimento de água.
Embora constate que os consumidores estão "mais informados e esclarecidos", a DECO nota que "continuam a ser confrontados com o mesmo tipo de problemas".
É de destacar que apesar de tudo, só 11,4% precisou da intervenção da DECO.
A notícia merece destaque, porque para quem já passou por uma situação destas, tem que dizer alguma coisa, nem que seja para alertar.
A primeira coisa que apetece dizer e digo sempre aos (intermediários dos) infractores, é que se os serviços públicos funcionassem tão mal como os deles, o país parava.
A segunda coisa que temos que ter em mente, é a desvantagem de nunca sabermos com quem estamos a falar, nem a quem nos dirigirmos, enquanto no público basta chamar o/a chefe, ou pedir o livro de reclamações.
A terceira e por via da segunda, é que estamos sujeitos a ser maltratados e até insultados, com a sobranceria de quem nos está a fazer um favor.
A coisa só muda de figura quando a DECO entra em cena (também não é à primeira) e fica mais fácil e rápido resolver o impasse. Daí que convenha começar a conversa com o “Já falei com a DECO”!
Os reparos acima tem a ver com as telecomunicações (há excepções), sobretudo quando cheira a dinheiro e responsabilidades imputáveis aos maiorais.
Curiosa é discrepância entre a ideia que fazemos (que nos construíram) da eficácia dos serviços e da eficiência dos seus técnicos e a realidade com que somos obrigados a confrontarmo-nos.
O pior, é que há altos gestores destas empresas, que têm soluções para o país… imaginem como estaríamos.
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