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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Não há bem que sempre dure… para os mesmos!

O Governo indiano tem sido incapaz de controlar a inflação. Os sindicatos do país estão a aproveitar o vazio dos partidos políticos para se fortalecerem novamente.
Há anos que não se via uma manifestação assim. Cerca de 100.000 pessoas encheram as ruas de Nova Deli para protestar contra o aumento dos preços dos alimentos e o desemprego. O Governo indiano tem mais um gigantesco problema a juntar aos escândalos de corrupção que vão estalando no país.
A razão pela qual o agricultor Rishi Pal veio do Punjab para denunciar o executivo resume-se a isto: "Os pobres não estão a conseguir alimentar as suas famílias", disse.
A inflação de dois dígitos no preço dos produtos alimentares – 18% em Dezembro passado, mas, apesar de tudo, a descer desde então - está a atingir muitos, e sobretudo os que menos têm. Isto num país onde, segundo o Banco Mundial, 41% dos mais de 1.000.000.000 de habitantes vivem abaixo do nível de pobreza.
"Recebemos 100-125 rupias (1,6 a 2 €) por dia. Como vamos sobreviver com isto se os preços estão tão altos?", lamenta-se Kailash Sain.
O descontentamento com o executivo é tal que a manifestação incluiu membros da ala mais à esquerda do próprio Congresso, no poder, reflectindo o mal-estar criado com o aumento dos preços.
Os sindicatos estão a preencher o vazio que não foi tomado por nenhum partido político neste momento.
O aumento dos preços foi o rastilho para as revoltas no Médio Oriente e Norte de África. Na Índia, não se trata de derrubar um regime autocrático. Mas isto também não significa que a democracia indiana esteja livre de dificuldades. A corrupção também esteve ontem na boca dos manifestantes.
Na Índia, os trabalhadores recebem 1,6 a 2 € por dia. Na maioria dos países emergenetes, sobretudo no Oriente, os salários não diferem muito.
Esta é a explicação única e evidente para a origem do MILAGRE ECONÓMICO, que passa por cima de todos os Direitos Humanos e outro tipo de escravidão, de que as GRANDES EMPRESAS OCIDENTES tiram partido, sem qualquer moral que os impeça desta exploração de outros povos, empobrecendo, com conhecimento prévio, que estão a empobrecer os seus próprios cidadãos.
Há umas empresas que se recusam a esta exploração do homem, que se classificam como socialmente conscientes, mas…
Afinal, é a pobreza que sofre DESLOCALIZAÇÃO.E sabe-se que nos países do Médio Oriente e Norte de África, cujas “revoluções” são aplaudidas pelo Ocidente, ninguém olha para o espelho.
Mas, na Grécia, a contestação continua:
Os trabalhadores do setor público na Grécia iniciaram no passado dia 23 uma greve geral de 24 horas em rejeição às medidas de austeridade implementadas pelo Governo frente à crise financeira.
O desemprego foi convocado pela Confederação dos Sindicatos de Servidores públicos Públicos (Adedy) e a União de Servidores públicos Civis, os maiores sindicatos do país, que agrupam uns 2.500.000 filiados.
Os inconformados manifestam o seu descontentamento com a política de poupança e os cortes sociais impostos pelo Executivo grego em meados de 2010 para reduzir o défice público e esperam que o Governo reconsidere o plano anticrise concebido como moeda de mudança para ter acesso ao resgate da União Europeia e do FMI, avaliado em 110 mil milhões de euros.
A rejeição ao severo plano de cortes motiva protestos quase diários, entre outros, à alta de impostos, a fusão de empresas, o incremento da idade de aposentação e o congelamento de salários.
Esta greve geral é a primeira em 2011, depois das 6 organizadas pelos sindicatos do setor público em 2010.
Confrontos entre e policias antidistúrbios explodiram em Atenas, durante a manifestação. Os policias posicionados diante o ministério das Finanças, lançaram gases lacrimogéneos para fazer os manifestantes retrocederem, que por sua vez jogaram todo o tipo de objetos, principalmente coquetéis molotov.
Já não se sabe se são os países árabes que se inspiraram na Grécia, ou é a Grécia que insiste com os olhos nos países árabes…
As causas, embora não pareça, são as mesmas (salários insuficientes para sobreviver) embora os números não sejam iguais, mas os efeitos deverão ser os mesmos, se a Ciência (também a Social) não for um embuste.
Austeridade, para que te quero! E afinal para que serve?

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