A FAO – Organização para a Alimentação e a Agricultura da ONU convocou uma reunião de emergência para discutir as implicações dos aumentos de preços internacionais dos alimentos. A decisão surgiu logo após o PM russo, ter anunciado a extensão da suspensão de exportações de cereais pela Rússia, medida que deverá aumentar ainda mais os preços e podem ter implicações na segurança de países pobres.
Este foi o caso de Moçambique com a revolta popular, também por causa do pão (para que se entenda);
Há 2 anos, registaram-se motins alimentares em vários países, incluindo Moçambique e Egipto.
Dado o nível da pobreza, em muitos países em desenvolvimento (um verdadeiro eufemismo), mesmo um pequeno aumento dos preços pode provocar agitação social.
Segundo a FAO, o índice da de preços globais de alimentos, que abarca 55 produtos, atingiu em Agosto o seu nível mais elevado dos últimos dois anos, subindo 5%, a subida mais abrupta desde Novembro de 2009.
A concorrência dos biocombustíveis é outro factor a afectar os preços mundiais.
A notícia começa a ser cíclica, tendo começado há 2 anos, com a 1ª especulação bolsista (e com os “futuros”) sobre o preço dos alimentos;
A ONU, Organização das Nações Unidas, não projecta nos países que a geraram e que dela fazem parte, a consciência social a que estão obrigados, por protocolos/programas assinados livremente, de boa vontade e de “boa-fé”;
A FAO não diz tudo sobre a Agricultura e os Alimentos, porque desde o seu Presidente a altos funcionários, já denunciaram que, mundialmente, se produz mais do que se consome para as necessidades mundiais;
A substituição dos combustíveis fósseis (que não se podem comer) por biocombostíveis (que derivam de alimentos básicos imprescindíveis em muitos países), já deram provas de que não é a melhor solução, mas faz aumentar umas centésimas de lucro na bolsa, só para os especuladores;
Já há alternativas viáveis e em curso, para substituir os combustíveis fósseis e os bio;
Enquanto não houver regulamentação, neste, como em todos os sectores, para uma globalização benéfica para todos, andamos a brincar aos jogos de casino e a “coisificar” a dignidade humana.
Com a FOME (dos outros) não se brinca, ou melhor, não se pode brincar, por ser a “espoleta” que pode rebentar na mão de quem a manipula (memórias de quem foi artilheiro)…
E é assim que se quer atingir os ODM em 2015?
Miguel,
ResponderEliminarIsto quase parece um labirinto kafkiano.
Uma coisa parece óbvia: quem tem o poder de determinar (quem é, quem é...?) não quer prescindir disso, e os problemas mais prementes vão sendo deixados em banho-maria, ou pura e simplesmente fora da agenda.
A sociedade civil vai acordando, mas parece que muito lentamente. Desistir está fora de questão, mas nesta altura do campeonato os momentos de desânimo ainda são mais que muitos...
Abraço
AC
ResponderEliminarO que custa a quem está informado, é ver estas meias-verdades, ou meias.mentiras, em que não se conjugam todas as variáveis, para enganar o macaco.
Ainda ontem publiquei a notícia de um relatório de especialistas, que tem receitas para minimizar os problemas, e resumem-nas à interactividade das várias propostas.
Para surdo ouvir.