Muitos países estão a avançar na consecução dos ODM, incluindo alguns dos mais pobres. Houve muitos êxitos na redução da pobreza em algumas partes do globo e muito poucos noutras. Um novo índice mostra que há mais pobres na Índia do que em África. Mas os compromissos que não foram honrados, os recursos insuficientes, a dispersão, a falta de responsabilização e um empenhamento insuficiente no desenvolvimento sustentável deram origem a lacunas em muitas áreas. Algumas dessas deficiências foram agravadas pelas crises alimentar, económica e financeira, a nível mundial. No final de Junho, os dirigentes do G8 (grupo das oito nações mais desenvolvidas) concluíram que a crise mundial havia «comprometido...
O Brasil que, nos últimos anos, registou uma queda nos indicadores de pobreza, conforme pesquisa divulgada, revela que a taxa na cidade aumentou de 9,61% em 1996 para 10,18% em 2008, na contramão do que aconteceu com o país. Um resultado puxado pelo empobrecimento da população do asfalto. Já nas favelas, ao contrário, houve uma ligeira queda da pobreza nestes 12 anos, de 18,58% para 15,07%, embora o economista Marcelo Neri observe que as diferenças entre asfalto e favela são grandes. Apesar da taxa de pobreza na favela ter caído - a do asfalto subiu de 7,87% para 9,43% -, a renda domiciliar per capita no restante da cidade ainda é três vezes maior.
Quer no caso específico do Rio e de quase todas as cidades do mundo, quer no próprio planeta, enquanto a pobreza desceu, nas camadas mais pobres (o que não é difícil e é barato, como dizia há tempos o Lula), a classe média (ou do asfalto) perdeu poder de compra, empobrecendo.
É fácil perceber, como costumo dizer, que ninguém queima o dinheiro e ele anda todo por aí, funcionando dentro do princípio dos vasos comunicantes, quer ao nível dos pobres, quer ao nível dos ricos.
Eu sei que é cliché, mas todos sabemos que toda a desigualdade deriva da distribuição da riqueza criada e daqui não saímos.
O problema do capitalismo de hoje, eufemísticamente chamado de Neoliberalismo, aliado à Globalização/Mundialização, veio agravar os desníveis entre as classes económicas, que cada vez mais se adivinha que serão duas, os pobres e os muito ricos, como já vai sendo realidade.
Se os Estados, organizada e unanimemente não enveredarem pela regulação a nível mundial, o futuro não será “como Deus quiser”…
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Um grupo de pesquisadores do Laboratório de Políticas da Pobreza (LEP), coordenados pelo economista Flávio Ataliba e vinculado ao curso de Pós-graduação em Economia da UFC (Caen) concluiu que:
Apesar do Estado ter ficado em 1º lugar no Nordeste e em 3º no Brasil no crescimento do rendimento familiar per capita, entre 2006 e 2009, com variação positiva de 21,89%, esse ganho não foi distribuído de forma equitativa, pelo contrário, o abismo da desigualdade entre os cearenses expandiu-se ainda mais.
Os menos favorecidos ficaram mais pobres e os mais favorecidos ampliaram as suas riquezas.
Actualizado às 11:55
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