Tempos de campanha eleitoral oferecem ocasião para fazermos reflexões críticas sobre o tipo de democracia que predomina entre nós.
É prova de democracia o facto de que mais de 100.000.000 tenham que ir às urnas para escolher os seus candidatos. Mas isso ainda não diz nada acerca da qualidade de nossa democracia. Ela é de uma pobreza espantosa ou, numa linguagem mais suave, é uma “democracia de baixa intensidade” na expressão do sociólogo português Boaventura de Souza Santos.
Por que é pobre? Valho-me das palavras de uma cabeça brilhante que, por sua vasta obra, mereceria ser mais ouvida, Pedro Demo, de Brasília. Na sua Introdução à sociologia (2002) diz enfaticamente: “A nossa democracia é encenação nacional de hipocrisia refinada, repleta de leis “bonitas”, mas feitas sempre, em última instância, pela elite dominante para que a ela sirva do começo até ao fim. Político é gente que se caracteriza por ganhar bem, trabalhar pouco, fazer negociatas, empregar parentes e apaniguados, enriquecer-se à custa dos cofres públicos e entrar no mercado por cima…
Se ligássemos democracia com justiça social, a nossa democracia seria a sua própria negação” (p.330.333).
Leonardo Boff - Teólogo, filósofo e escritor
Nota - Como se refere no título, o texto, os contextos e os conceitos, têm a ver com um país lusófono e qualquer coincidência com a realidade nacional, é pura coincidência…
Miguel, mais logo passo aqui com mais calma... agora diz-me... os meus comentários das hortas urbanas? Cadê?
ResponderEliminarNão te chegaram?
Beijinhos
Anabela
ResponderEliminarSe tivesse chegado estaria aqui. Só para ter com quem comentar, até aceito quem diga mal (até ele/a se distrair)...