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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

12 Países pedem taxa sobre operações com divisas para financiar o desenvolvimento

12 países defenderam ontem a criação de um taxa de 0,005% sobre as operações cambiais interbancárias, que seria aplicada a nível internacional, com o objectivo de financiar o desenvolvimento dos países pobres.
A taxa permitirá, segundo os seus proponentes, reunir entre 25 mil milhões e 35 mil milhões de dólares por anos, se for adoptada a nível internacional e todas as transacções forem taxadas.
França, Alemanha, Reino Unido, Brasil, Japão e Senegal estão entre o grupo proponente desta taxa, que foi apresentada ontem numa conferência de imprensa em Paris.
Os 12 Estados que ontem se reuniram na capital francesa fazem parte de um grupo de 60 países que os mandatou para analisarem os conselhos dos especialistas relativamente a esta iniciativa.
“Por cada 1.000 euros, a taxa que propomos é de 5 cêntimos. Não é muito, mas é o suficiente para desencadear o movimento”, disse o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kouchner.
Os 12 países, reunidos em Paris, “puseram-se de acordo para apresentar uma posição comum em 21 de Setembro em Nova Iorque”, na cimeira da ONU sobre os Objectivos do Milénio, que será a do grupo de 60 países mandatários destes 12. “Tecnicamente já não há muitos obstáculos e juridicamente também não, politicamente é necessária vontade”, acrescentou Kouchner.
Os Objectivos do Milénio foram aprovados no ano 2000 e pretendiam a redução da pobreza para metade, até 2015.
Ao contrário das taxas tipo “Tobin"*, que se supõe que fará acalmar a volatilidade dos mercados cambiais e é mal vista pelos operadores financeiros, a criação desta nova taxa pretende relançar a moribunda ajuda ao desenvolvimento sem gerar reacções nos mercados. Os seus defensores pretendem que sirva para a criação de um Fundo Mundial de Solidariedade, à semelhança da ONUSIDA ou (UNAIDS).
*(A Taxa Tobin é um tributo proposto pelo economista americano James Tobin, da Universidade de Yale, laureado com o Prémio Nobel de Economia em 1981. Esse tributo incidiria sobre as movimentações financeiras internacionais de carácter especulativo)
Parece que as “coisas” começam a mexer, como será inevitável, para evitar o inevitável…

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