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quarta-feira, 18 de julho de 2012

E por que não todos os políticos em exclusividade?

“Não estou preocupado. Ele não é meu superior, não é meu ministro.” É a resposta de D. Januário Torgal ao ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, que ontem o desafiou a escolher entre “ser bispo das Forças Armadas e ser comentador político”. D. Januário contrapõe: “Um bispo não tem que escolher entre a sua função de membro da Igreja ou de comentador político. Um bispo tem de falar de tudo, é sua obrigação interceder pelos mais frágeis. Se isso é ser comentador político, que seja”.
Independentemente da questão em si, o desafio que o ministro da Defesa faz ao Bispo, não se vira contra o feiticeiro?
Se há incompatibilidades, conflitos de interesses e ocasiões tentadoras, é na acumulação nas mesmas pessoas, que exercem cargos políticos (governantes e deputados) ou funções públicas (administradores, comissões, etc.) com atividades privadas, muitas vezes com ligações e interações entre os dois setores, pondo constantemente à prova a sua independência, nem sempre com êxito!
E para desfocar mais a fotografia, muitos deles ainda são convidados pelas TVs como comentadores, como se fossem independentes e técnicos de alto gabarito, para nos convencerem da bondade de todas as medidas e situações, por muito obtusas que sejam. Para quem está informado e os ouve, fica com a certeza de que estão simplesmente a fazer pela vida (deles)…
Enquanto não houver exclusividade para quem exerce funções em todos os lugares da coisa pública haverá sempre fumo e mais vezes do que o desejável, lá surgem uns fogositos, que os “bombeiros” não conseguem apagar…
Há escolhas e opções que não podem ser adiadas, em abono da transparência (não tanta que não se veja nada nem ninguém) tão apregoada por este governo…

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