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quinta-feira, 19 de julho de 2012

As medidas do FMI e CE tem preocupações SOCIAIS…

"A margem para aumentar a participação feminina no mercado de trabalho é significativa" e uma das vias é aliviar a carga fiscal sobre as mulheres casadas e, sobretudo, dar "subsídios a mães trabalhadoras", defende o FMI para o caso de Portugal.
O FMI diz ainda que "a duração da licença parental paga deverá ser encurtada para evitar efeitos adversos no mercado de trabalho", embora não coloque Portugal no grupo dos países problemáticos. "Áustria, República Checa, Finlândia, França, Noruega, Polónia e Eslováquia" são os casos a corrigir já que a licença "excede as 100 semanas" nestes países.
Os salários dos portugueses já estão a cair, mas para a troika esse ajustamento ainda não é suficiente. Segundo a Comissão Europeia, será necessário um maior alinhamento entre os salários e a produtividade através do corte das indemnizações por despedimento e retirando peso à contratação coletiva. Nesse sentido, o Governo irá reduzir o valor das indemnizações por despedimento para 8-12 dias e prepara-se também para rever o regime de contratação coletiva, tentando impedir algumas das extensões automáticas de acordos coletivos de trabalho, permitindo mais negociações empresa a empresa.
A Comissão Europeia reconhece a importância das reformas laborais levadas a cabo em Portugal mas defende que é necessário continuar a flexibilizar o mercado de trabalho para melhorar a competitividade do país. Nomeadamente, Bruxelas pede mais medidas para tornar os ajustamentos salariais dependentes produtividade.
Conclusões do FMI em linha com as de Bruxelas
Em consonância com a Comissão Europeia, também o FMI considera que "o sistema de definição dos salários" continua a representar uma distorção significativa ao mercado laboral. Tal como Bruxelas, o fundo insta o executivo a avançar com a revisão do sistema da contratação coletiva sublinhando que a reforma da contratação coletiva não deve sobrecarregar as empresas na fixação de salários, o que pode penalizar a sua rentabilidade.
FMI defende que fixação de salários não pode sobrecarregar empresas
Abebe Selassie, afirmou que caberá ao Governo português encontrar "o equilíbrio e certo" na contratação coletiva, ao negociar com empregadores, sindicatos e outros atores, mas ressalvou que "não se pode sobrecarregar as empresas" na fixação de salários, permitindo-lhes "olharem para a forma como são rentáveis".
O objetivo final é encontrar um "melhor equilíbrio entre salários e produtividade" afirmou.
FMI diz que queda dos salários "não é um objetivo"
Abebe Selassie sublinhou que a tendência de queda de salários no setor público e no privado não é um objetivo, mas sim o elevar da competitividade da economia em relação à média europeia.
"Este programa não terá sucesso se for sobre cortar salários. Tem de ser sobre melhorar a produtividade e conseguir melhores resultados de crescimento", disse o chefe de missão do FMI.
No fundo, no fundo, os assalariados do FMI até tem objetivos sociais, pelo que se pode apreender pelas medidas sugeridas para a mulher trabalhadora, sobretudo se for mãe…
Mas pensando-se um bocadinho, temos razões para colocar muitas reticências quanto à bondade e eficácia, senão vejamos:
1. O aumento desejado da participação feminina no mundo do trabalho, que sendo já grande e sabendo-se que usufruem de salários menores do que os homens, trazem uma redução direta dos salários;
2. Ao proporem uma redução da carga fiscal sobre as mulheres casadas, porque ganham menos, a redução global é menor, o que não dá grande prejuízo, ou até dá lucro, comparativamente com os homens;
3. Constas feitas (que não fiz), mesmo que deem um subsídiosito às mães trabalhadoras, para aumentar a taxa de natalidade (ah!, ah!, ah!), alguém, que não elas, vai ficar a ganhar;
4. Mas como nem tudo são rosas e como “quando a esmola é grande o pobre desconfia”, toca a reduzir o tempo da licença parental (se o pai estiver desempregado nem deverá ter direito) para não atrapalhar o trabalho nas empresas (claro), mesmo sabendo que em Portugal o período seja dos mais curtos e que será o único e grande objetivo da “proteção social da mulher trabalhadora”
Caiu-lhes a máscara!
Sabendo-se que os salários em Portugal já são os mais baixos da UE, depois dos cortes, congelamento e indemnizações, que não tem produzido efeitos no investimento e tem aumentado o desemprego, a teoria é baixar mais, para continuarmos a reduzir os investimentos (as empresas estão falidas e a falir) e aumentar ainda mais o desemprego. São espertos(!), mas mais valia dizerem que temos que alinhar com os salários do oriente, para se saber já o que nos espera e começarmos a ficar com os olhos em bico, por efeito!
Para liberalizar ainda mais as mordomias dos que trabalham e criam riqueza, toca a negociar diretamente com os “novos escravos”, arredando os sindicatos da concertação, que mesmo pacíficos ensurdecem os negociadores e complicam o desenvolvimento, que foi o que aconteceu no próximo passado…
Como diz quem ganha muito: “mais vale ter um emprego e ganhar pouco do que estar desempregado e não ganhar nenhum”
Diziam os malandros que devíamos trabalhar de acordo com o que ganhamos. Se ganhamos muito, devemos trabalhar muito, se ganhamos pouco devemos trabalhar pouco… O FMI e a CE querem desfazer este paradigma dos PIIGS e pô-los a ganhar menos e a trabalhar mais. Se dessem prémios, ainda vai que não vai, se não derem é mais uma forma descarada de vampirismo social.
E quando houver contratação coletiva, não se deve sobrecarregar as empresas com a componente dos salários para não penalizar a rentabilidade dos empresários, o que se podia fazer com a redução das tarifas de energia, menos impostos e mais crédito. Mas eles é que sabem (o que querem)!
E o assalariado do FMI, Selassie, para que ninguém duvide da seriedade, justeza e eficácia destas medidas, vem afirmar, pensando que somos burros, que a queda dos salários, no setor público e no privado (para não haver discriminação) não é um objetivo… Eu diria que É O OBJETIVO!
Já disse muitas vezes e repito, que se estes senhores do FMI e da CE fossem uns suprassumos deveriam trabalhar diretamente nos seus países, a maioria dos quais em dificuldades e vítimas dos mercados e das teorias que eles defendem, quando não estão por trás das razões que nos conduziram ao limite do abismo.
Estou a lembrar-me de Lagarde e do nosso Zé Manel, uma que como ministra das Finanças de Sarkozy não dava conta do recado e o segundo que fugiu quando viu que o país estava de tanga…
Estes inteligentes e quem lhes paga é que nos andam a dar tangas para usarmos quando o aquecimento global for bastante para pouparmos em roupa…
Como se vê, o SOCIAL é mesmo a única preocupação e o OBJETIVO do FMI e da CE… Vão gozar com a prima!

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