Para Marsh, é Portugal que tem de escolher se quer estar no euro ou não - seguindo regras que serão mais severas - porque ninguém vai querer expulsar o país da moeda única. No entanto, o autor prevê também que a pressão dos credores para o país fazer reformas será cada vez maior.
"É muito duro, muito exigente, muito desagradável, mas nós vivemos num mundo inclemente. Os países credores, que financiam neste momento os países do Sul da Europa, vão ser cada vez mais e mais duros e vão dizer: 'lamentamos muito, sabemos que vocês em Portugal já fizeram muito, mas ainda não fizeram o suficiente'. Vão também dizer que um país como Portugal andou a viver acima das suas possibilidades" e "Vão também dizer que ter vivido acima das suas possibilidades dá a Portugal mais espaço de manobra, mais gordura para cortes. É isso que os países credores vão dizer", acrescentou David Marsh, que preside também à consultora internacional de gestão SCCO.
Marsh, que não acredita que a moeda única acabe, admite, no entanto, que o seu desenho futuro, em termos geográficos, possa ser diferente, com uma zona euro a duas velocidades, criando mais uma separação entre a que já existe nos 27 países da União Europeia, com 17 dentro do euro e outros 10 de fora.
"É concebível que possamos prosseguir para um centro da zona euro mais radicalmente institucionalizado e mais coeso, com diversos países a decidir-se pela soberania política comum e partilhada. É uma possibilidade real, mas teria de ser um euro mais pequeno do que temos agora", afirmou. "A outra possibilidade é continuarmos a ter um grupo de países relativamente livre, onde o dinheiro é interligado através do Banco Central Europeu, com governos ainda muito diferentes, mas que têm de seguir as regras muito rigorosamente. Isto também aponta para um euro mais pequeno", acrescentou.
Uma outra possibilidade é uma zona euro com duas áreas, uma maior no Norte da Europa e uma mais pequena no Sul, onde o câmbio poderia flutuar de forma mais livre.
“Há muitas constelações possíveis, mas em todas essas constelações estará presente o euro", concluiu.
Só para esclarecer o que correu mal na moeda única? Então não importa apontar culpas, nem saber quem tomou as decisões erradas e eventualmente com dolo para terceiros? Mas nós não somos estudantes da história monetária, nem nenhuma conclusão académica nos resolve o imbróglio…
Já toda a gente sabe que muitos dos portugueses, no caso, ficaram obesos com os cakes que lhes ofereceram com veneno e agora estão condenados a pagar do seu bolso a desintoxicação, e pagar a quem os envenenou…
O Sr. David nada se acrescenta, nem quer saber quem meteu o veneno, para ninguém se sentir culpado… E ainda tem o desplante de nos deixar decidir se queremos continuar a comer dos mesmos cakes dos mesmos fornecedores…
E no fim apresenta 3 cenários em que ficamos sempre a perder… Muito obrigado.
Assim já sabemos que mesmo apostando em múltiplas, não nos sai o euromilhões e o melhor até é sairmos do eurotostões…
Vai-te agoirento!
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