Os eurodeputados aprovaram ontem um aumento de 1.500 € mensais nos subsídios que recebem para financiar o seu staff e gabinete, escreve o EU Observer, que lembra a polémica do ano passado quando, apesar de muitas criticas, os deputados decidiram também aumentar esta rubrica em 1.500 euros.
A decisão mereceu o apoio do PS e do PPE europeus que dizem que precisam de contratar mais pessoal para lidarem com o excesso de trabalho decorrente da entrada em vigor do Tratado de Lisboa. Os deputados estão "totalmente desligados das realidades orçamentais... e enviam um sinal errado", responde uma deputada dos verdes alemães, posição em que é secundada por Miguel Portas.
Os deputados europeus têm um salário base de 7.956 € brutos por mês, a que se somam 300 € por cada vez que estão em trabalho em Bruxelas ou Estrasburgo. Adicionalmente recebem 19.709 € mensais para pagar ao seu staff/gabinete, um valor que aumentará para 21.209 € com a decisão de ontem.
A decisão contrasta com o esforço de austeridade que está a ser pedido a toda a Europa, com especial enfoque nos países do Sul, isto quando os eurodeputados já recebem relativamente bem: o seu salário mensal de 8.000 €, comparados com cerca de 5.500 € no Reino Unido, 6.000 € na Alemanha ou 3.400 € em Portugal.
Estas comparações fazem desconfiar sobre a justiça dos salários em Estrasburgo. Um sentimento que é ampliado por recentes investigações. Um recente estudo sobre os salários dos deputados na Alemanha é inequívoco: sim, há um prémio positivo no salário dos deputados alemães que não é explicado nem por carga de trabalho, nem por qualificações. No "Stumbling and Mumbling" argumenta-se que esse prémio também existe no Reino Unido. Não creio arriscar demasiado se disser que os resultados não devem ser muito diferentes para as câmaras de Estrasburgo ou de São Bento.
E tinha que ser por causa de qualquer coisa portuguesa, como o “Tratado de Lisboa”… Vícios!
São os “representantes dos europeus” a assobiarem para o lado perante a austeridade dos seus concidadãos. Lá como cá, venha a nós o vosso reino…
Os países membro não contribuem por igual? E por que não deverão pagar aos respetivos eurodeputados, em função do famigerado PIB do respetivo país?
Federalize-se!
Apesar da argumentação do Miguel Portas, para a frente é que é o caminho…
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