Seguros e banca são os setores menos credíveis refere um estudo internacional. Já as Organizações Não Governamentais (ONG) são as instituições mais confiáveis para os inquiridos.
Os portugueses são os que menos confiam no Governo entre um grupo de 23 países analisados num barómetro que avalia o nível de confiança nas empresas, Governo, ONG e media.
De acordo com o Edelman Trust Barometer 2011, que pela 2ª vez inclui Portugal, apenas 9% dos 203 inquiridos afirmou confiar no Executivo. No ano passado, 27% dos inquiridos afirmou confiar no Executivo.
Entre os mais desconfiados nos Governos estão os irlandeses (20%) e os alemães (33%), enquanto os chineses (88%) se mostram os mais confiantes.
Os portugueses consideram os técnicos das empresas (como cientistas ou engenheiros) os porta-vozes mais credíveis e os presidentes executivos os segundos menos credíveis.
Já as ONG são as instituições em que os portugueses mais confiam (69%), seguidas pelas empresas (47%) e os media (39%).
No que respeita às empresas, os portugueses afirmam confiar mais nas multinacionais suecas (87%) e suíças (83%), estando no fim da lista 3 economias emergentes: Rússia (23%), Índia (24%) e China (28%). Já metade dos inquiridos afirmou confiar nas multinacionais da vizinha Espanha.
Uma análise por setores demonstra que a tecnologia (78%) e a biotecnologia (77%) são os setores em que os portugueses mais confiam, por oposição aos seguros (31%), serviços financeiros (31%) e banca (31%).
Segundo o barómetro, os motores de busca "são a primeira fonte de informação" e o media tradicionais "são os mais credíveis, com destaque para a rádio e imprensa escrita, generalista e de negócios".
Em Portugal, o Edelman Trust Barometer 2011 resulta de uma parceria entre a consultora de comunicação GCI e a Escola de Negócios da Universidade do Porto e é baseado em entrevistas telefónicas feitas a cidadãos que veem regularmente notícias económicas e políticas, possuem pelo menos uma licenciatura e pertencem ao escalão de rendimento mais elevado.
Ora cá está a maioria absolutamente relativa: em 2010, 27% ainda confiava no Governo e em 2011, apenas 9%!
E pela mesma lógica, que responsabiliza os dirigentes, os presidentes executivos das empresas ficaram em penúltimo lugar, no que respeita à confiança (credibilidade, digo eu).
E como se não se soubesse, neste regabofe da CRISE, só os cegos é que vêem que os seguros (31%), os serviços financeiros (31%) e banca (31%) mereciam mais do que isto, que já é muito, com tendência a piorar, desde que haja informação, feita por técnicos isentos.
Apesar de a notícia referir uma boa posição para os media (39%), verifica-se que a percentagem é negativa e comparando-a com a dos seguros, dos serviços financeiros e da banca, não é motivo para contentamento, muito menos sinal de confiança.
Curiosamente, 3 economias emergentes de que os sistémicos apregoam aparecem no fim da lista, o que quer dizer que quem está informado não acredita nestes milagres económicos, porque sabe que se baseiam na exploração desenfreada e contra os Direitos Humanos.
Levanta-se aqui uma questão, quando constatamos que o povo tem dado maiorias ao governo de que diz não gostar. Mas, sabendo-se que este estudo teve por base entrevistas a cidadãos que veem regularmente notícias económicas e políticas, possuem pelo menos uma licenciatura e pertencem ao escalão de rendimento mais elevado e sabendo que as pessoas menos informadas e mais pobres são as mais conservadoras (e até beneficiam dos subsídios sociais), talvez se encontre a justificação da discrepância entre os resultados do estudo e os resultados eleitorais.
Fique-nos a esperança de que, sendo o povo sereno, algum dia há-de dar um murro na mesa, num processo lento e seguro para a transição democrática…
Não sei não. Vejo o povo muito apático.Queixa-se, mas aceita tudo.Não sei se esse «murro» chegará.
ResponderEliminarIbel
ResponderEliminarEu também não...
Quando ouço dizer que querem juntar um milhão de pessoas na Praça da Liberdade para contestar o poder... fico a pensar que se quer apenas arranjar programa para uma noite.
Mas haja esperança.