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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Isto é que vai uma CRISE! Só ontem: “Face Oculta”, “BPN”, “TagusPark” e “Portucale”, etc…

Ontem os processos Face Oculta, BPN, TagusPark e Portucale tiveram todos desenvolvimentos - ou sessões de julgamento (BPN e Portucale), ou um arguido que quis prestar declarações aos juízes (Face Oculta), ou ainda uma decisão de um juiz de levar mesmo a julgamento um dos casos (Taguspark).
Tendo em conta o que está nos diversos autos, mais as personalidades que estão em causa e as suas ligações mais ou menos conhecidas, é uma parte importante do regime democrático que está em tribunal, até porque são tocadas várias esferas, públicas e privadas, do poder.
Há uns fait-divers pelo meio - no julgamento do caso BPN o juiz queixa-se que não lhe dão armários para colocar os apensos... - e há depois todo o sistema, que Armando Vara (Face Oculta) critica: "Compreendo que haja, num Estado de Direito, esta espécie de parceria entre a Justiça e a comunicação social. (...) Uma parte vai deixando sair peças ao longo do tempo de forma a criar na opinião pública um culpado e as defesas não têm os mesmos meios".
Armando Vara, antigo ministro e ex-admnistrador do BCP - além de amigo de José Sócrates - é um dos 36 arguidos no caso. É acusado de 3 crimes de tráfico de influência (e não conheço ninguém que tivesse sido condenado por crimes destes, que são normalmente difíceis de provar. Um crime que também perpassa noutros destes processos que naturalmente têm grande mediatização.)
Mas Vara diz também que o juiz Carlos Alexandre tem que ser muito corajoso para não o levar a julgamento - por causa da tal parceria entre o Ministério Público e da Comunicação Social. Há dias, o mesmo juiz, quando decidiu levar a julgamento o chamado processo das contrapartidas dos submarinos (outro que implica o regime) aludia a coisas como ter sido escutado ilegalmente e a forças superiores. Ou seja, há quem se queixe de forças mais ou menos ocultas sendo juiz ou sendo arguido. E é essa a marca de um sistema em que hoje muitos não confiam - como confiar, se aqueles que são por si mesmo detentores de soberania, aludem à prática de ilegalidades em processos com arguidos importantes? O Superjuiz que decidirá se Armando Vara vai a julgamento é o mesmo, Carlos Alexandre.
O mínimo que se pode dizer, para quem tem que percorrer ao sistema de justiça - e, como director de um jornal, tenho que o fazer muitas vezes -, é que a justiça não é saudável e que está com um elevado grau de insalubridade em muitas camadas.
Ou seja, nestes processos está em causa parte importante do regime (como esteve e está no caso da Casa Pia e outros), porque estão os decisores políticos, os decisores económicos e também os decisores judiciais. Mas há neste sistema judicial capacidade para julgar este regime? A dúvida nem é minha, é do juiz Carlos Alexandre.
Só ontem, o Campus da Justiça foi uma plataforma de VIPs, onde apearam e se redirecionaram “importantes” arguidos de vários processos em curso (lento) e os respectivos advogados, como: Face Oculta, BPN, TagusPark e Portucale.
Como a notícia é completa, com comentários e tudo, fico dispensado de acrescentar mais comentários e apenas sublinhar, repetindo, que eles são decisores POLÍTICOS, decisores ECONÓMICOS e decisores JUDICIAIS.
Como podemos sair disto, ou livrarmo-nos deles?
E depois dizem que as Greves é que atrapalham e enchem os jornais e telejornais com os incómodos de tal PROCESSO...

2 comentários:

  1. Miguel: temos que apelar a uma super-avozinha do tipo daquela inglesa!ias ver como num instante esses decisores políticos, económicos e judiciais entravam na linha.
    Porca miséria!

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