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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mas há estudos sérios, ou são só bocas foleiras?

Em conferência de imprensa, na sede nacional do CDS, Assunção Cristas foi questionada sobre a afirmação feita pelo primeiro-ministro de que "não haverá despedimentos na função pública", a que respondeu que "há uma reflexão interna" no CDS sobre esta matéria.
Questionada sobre se as rescisões são algo que o CDS apenas considera possível ou também desejável, Assunção Cristas respondeu: "Entendemos que é possível, que eventualmente pode ser desejável. É matéria que nós estamos a trabalhar e que precisamos de estudar mais".
"Há um problema que nós temos e que é conhecido, que é o sobredimensionamento da função pública. Há um problema essencial, que não tem sido, a nosso ver, sobejamente discutido, que tem a ver com o papel do Estado e a forma como o Estado atua", apontou a deputada do CDS, defendendo que "este também é um momento para fazer essa reflexão".
O Estado desconhece quantas pessoas com deficiência trabalham na administração pública. O Governo contrapõe que se há situações irregulares cabe também aos parceiros sociais denunciá-las.
Talvez o que vou comentar sejam simples bocas de mesa de café, mas também estou certo de que não andarei longe dos métodos empíricos utilizados pelos nossos governantes e pela oposição.
Quando alguém afirma que o sobredimensionamento da função pública em Portugal é um problema e é conhecido, podia apresentar uns gráficos (como fazem na TV) demonstrando essa afirmação. Não tenho dúvidas de que o governo sabe exatamente quantos funcionários tem, porque basta somar os salários que paga. Já tenho sérias dúvidas de que haja estudos sérios sobre cada sector, que confirme ou desminta esta afirmação, tendo em conta a eficácia dos serviços e a eficiência dos dirigentes. Aqui sim, é que era preciso partir do zero, mensurar-se o trabalho necessário e concluir-se pelo número de pessoas suficientes para o levar a cabo. Não se tendo feito isto (e posso estar a cometer um erro. por ignorância), nem o PM pode dizer que não vai haver despedimentos, nem a oposição pode sugerir a diminuição dos funcionários públicos, da maneira proposta, ou por outra.
Uma das evidências do que digo é o que se passa com o número de deficientes, que pelos vistos ninguém conhece o número.
Já quanto ao papel do Estado e a forma como actua, não tem nada a ver com o problema/proposta, mas sim com a redução do papel/peso do Estado, para se começar a falar em políticas neoliberais, que transferem para o Setor Privado, as obrigações do Setor Público.
E reduzindo-se cegamente os funcionários públicos, está-se a abrir a porta ao privado, com todos os vícios públicos que conhecemos.
Quem quiser que os compre…

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