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domingo, 27 de fevereiro de 2011

O nosso futuro político/partidário está à vista?

Todas as sondagens o previam: o Fine Gaël venceu as eleições legislativas na Irlanda.
Não há ainda resultados oficiais definitivos, mas os parciais indicam que os irlandeses puniram fortemente o Fianna Fail, partido que governou o país durante 60 anos e que Enda Kenny será o próximo primeiro-ministro:
“Queremos enviar uma mensagem para a Europa e para o mundo, pretendemos criar um governo forte e estável e o nosso país está aberto ao negócio e queremos restabelecer a nossa reputação cá dentro e no estrangeiro”, afirmou o líder centrista.
Os irlandeses sentem-se aliviados por ver partir aqueles que consideram responsáveis pela ruína do país.
“Bem, penso que tiveram o que mereciam, honestamente. Estou muito feliz com o resultado da eleição, especialmente em Dublin. Estou feliz que o Labour tenha subido e tenho esperança de que nos tornemos uma sociedade mais equalitária”.
“Eles trataram-nos como imbecis. Estou contente que tenham partido e penso que toda a gente está”.
Com esta derrota histórica do Fianna Fail a Irlanda é o primeiro país da eurozona a punir o governo responsável pela crise.
Enda Kenny promete renegociar com a União Europeia e o FMI, os termos do plano de financiamento da economia do país.
Por causa das medidas de austeridade impostas, de fora, ao povo irlandês, para pagar os calotes da Banca, a resposta do povo foi natural: RUA!
Fazemos votos para que as bonitas palavras e as boas intenções do líder do partido vencedor sejam sinceras e inegociáveis e que não sejam (como vem acontecendo) palavras vãs e intenções envenenadas.
Entretanto por cá:
Para o dirigente bloquista, o primeiro-ministro vai ao encontro de Merkel “com o coração nas mãos e sem saber o que vai acontecer numa União Europeia em que a senhora Merkel recusa a acção contra a especulação, pelo contrário, protege o sistema financeiro e os seus ataques sistemáticos contra as economias mais vulneráveis”.
Louçã recordou que os "ataques" visaram primeiro a Grécia e depois a Irlanda "e agora Portugal e Espanha e sabe-se lá que outras regiões económicas desta União Europeia que recusa a solidariedade quando ela era tão necessária”.
Manuel Maria Carrilho e Pedro Santana Lopes num debate.
Pedro Passos Coelho acha natural. “Natural” que o primeiro-ministro, José Sócrates, se reúna com a chanceler Angela Merkel, na quarta-feira, em Bona, para garantir o apoio externo a Portugal. E “perfeitamente natural” que a atenção do chefe do Governo esteja centrada na “frente externa” por causa da possível utilização do FEEF da União Europeia.
Fazemos votos para que as intenções da líder alemã, se forem más, sejam inegociáveis e que não sejam (como vem acontecendo) ameaças vãs e intenções discriminatórias, tendo em conta que:
A chanceler deverá assumir uma "linha mais dura na defesa dos interesses alemães"

No sábado passado, nas Correntesd’Escritas, o escritor chileno, Luís Sepúlveda, quando finalizava a sua intervenção glosando o tema “Nada no mundo deve ser subestimado” lembrava que este lema de vida tem agora “uma aplicação urgentíssima. Quando um grupo de miseráveis e ladrões, que não são mais do que duas mil pessoas, todas perfeitamente identificáveis, tomam conta do mundo na maior das crises económicas, os nossos governos subestimaram a nós, cidadãos, ao dar dinheiro a estes miseráveis. Têm que entender que não podemos ser subestimados”.

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