De acordo com o comunicado, este aumento de capital visa cumprir três objectivos: "aprofundar a cooperação e a luta contra a pobreza nos países africanos", em especial nos de língua oficial portuguesa; "manter a sustentabilidade dos processos de desenvolvimento dos países membros regionais" numa altura em que são feitos ao banco cada vez mais pedidos de financiamento; e "contribuir para diversificar os mercados de internacionalização das empresas portuguesas" - porque as que apostam em África também recorrem a esta instituição bancária. Portugal participa com 7,3 milhões de euros, mas o banco vê triplicar o valor do seu capital social, que se situa agora nos 100 mil milhões de dólares.
A contribuição portuguesa, justifica ainda o Conselho de Ministros, assume "particular relevo no que respeita ao alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, bem como dos compromissos assumidos por Portugal a nível dos fluxos de Ajuda Pública ao Desenvolvimento".
Além disso, actualmente, a presidência do Conselho de Governadores do BAfD é exercida em conjunto pelo ministro das Finanças português e pelo Governador do Banco de Portugal. E será em Portugal que se realizará, em Junho deste ano, a reunião anual da Assembleia de Governadores do banco.
Tirando as boas intenções apresentadas, cheira que tal doação se deve mais à presidência do Conselho de Governadores do BAfD ser exercida pelo nosso Ministro das Finanças e pelo Governador do BdP, que querem dar nas vistas, à nossa custa seguramente, para além das despesas altas e inevitáveis para a coroação de ambos na Assembleia de Governadores do BAfD e constar nos respectivos currículos.
É tempo de lhes dizer que, quem não tem dinheiro não tem luxos e de lhes perguntar o que ganha Portugal e o Povo português com isto. Eles ganham prestígio, mas que o paguem.
Mas o pior é que.Portugal poderá ter em 2011 a terceira pior recessão do mundo
A revista britânica The Economist prevê que este ano Portugal tenha a terceira pior evolução do PIB em todo o mundo, com uma recessão de mais de um por cento, juntando-se a um coro de instituições que não acreditam na previsão de crescimento marginal de 0,2 por cento da economia inscrito pelo Governo no Orçamento para 2011.
A previsão da Economist Inteligence Unit (uma empresa do mesmo grupo da revista que se dedica à investigação) para Portugal é apenas menos má do que a de Porto Rico e da Grécia, para os quais prevê contracções do produto interno bruto (PIB) de respectivamente mais de quatro por cento e de 3,6 por cento para a Grécia.
Ou seja, isto parece com o que se passa em Portugal com o Banco Alimentar, em que são os Pobres a ajudar os Mais Pobres e em que quem ganha mais são os donos supermercados…
É muita MORAL para os de fora (bem transacionável) e pouca ÉTICA para os de cá de dentro (bem não transacionável), mas sem resultados na Economia Imperial.
Deus que os ajude e a nós que não nos desampare (mais)…
Miguel,
ResponderEliminarAs coisas estão más em todo o lado, mas a incompetência deste governo é de bradar aos céus. Infelizmente directamente proporcional à incompetência deste povo, que teima em se demitir de exercer o seu direito de cidadania. As marcas de dezenas de anos na obscuridade são muito profundas...
Abraço
AC
ResponderEliminarDesculpe só agora responder, mas estive sem net...
Já não são só os 48 anos (isso é para a minha geração), mas antes o espezinhar a dignidade individual e retirar defesas através do isolamento e do aumento da pobreza.
Ainda ontem um frade, na SIC Notícias dizia que estamos no tempo da Revolução...
Bfs