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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Moral para consumo externo e não-Ética para o interno

Portugal dá 7,3 milhões de euros no aumento de capital do Banco Africano de Desenvolvimento

De acordo com o comunicado, este aumento de capital visa cumprir três objectivos: "aprofundar a cooperação e a luta contra a pobreza nos países africanos", em especial nos de língua oficial portuguesa; "manter a sustentabilidade dos processos de desenvolvimento dos países membros regionais" numa altura em que são feitos ao banco cada vez mais pedidos de financiamento; e "contribuir para diversificar os mercados de internacionalização das empresas portuguesas" - porque as que apostam em África também recorrem a esta instituição bancária.Portugal participa com 7,3 milhões de euros, mas o banco vê triplicar o valor do seu capital social, que se situa agora nos 100 mil milhões de dólares.

A contribuição portuguesa, justifica ainda o Conselho de Ministros, assume "particular relevo no que respeita ao alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, bem como dos compromissos assumidos por Portugal a nível dos fluxos de Ajuda Pública ao Desenvolvimento".
Além disso, actualmente, a presidência do Conselho de Governadores do BAfD é exercida em conjunto pelo ministro das Finanças português e pelo Governador do Banco de Portugal. E será em Portugal que se realizará, em Junho deste ano, a reunião anual da Assembleia de Governadores do banco.
Tirando as boas intenções apresentadas, cheira que tal doação se deve mais à presidência do Conselho de Governadores do BAfD ser exercida pelo nosso Ministro das Finanças e pelo Governador do BdP, que querem dar nas vistas, à nossa custa seguramente, para além das despesas altas e inevitáveis para a coroação de ambos na Assembleia de Governadores do BAfD e constar nos respectivos currículos.
É tempo de lhes dizer que, quem não tem dinheiro não tem luxos e de lhes perguntar o que ganha Portugal e o Povo português com isto. Eles ganham prestígio, mas que o paguem.
Mas o pior é que.
Portugal poderá ter em 2011 a terceira pior recessão do mundo

A revista britânica The Economist prevê que este ano Portugal tenha a terceira pior evolução do PIB em todo o mundo, com uma recessão de mais de um por cento, juntando-se a um coro de instituições que não acreditam na previsão de crescimento marginal de 0,2 por cento da economia inscrito pelo Governo no Orçamento para 2011.
A previsão da Economist Inteligence Unit (uma empresa do mesmo grupo da revista que se dedica à investigação) para Portugal é apenas menos má do que a de Porto Rico e da Grécia, para os quais prevê contracções do produto interno bruto (PIB) de respectivamente mais de quatro por cento e de 3,6 por cento para a Grécia.
Ou seja, isto parece com o que se passa em Portugal com o Banco Alimentar, em que são os Pobres a ajudar os Mais Pobres e em que quem ganha mais são os donos supermercados…
É muita MORAL para os de fora (bem transacionável) e pouca ÉTICA para os de cá de dentro (bem não transacionável), mas sem resultados na Economia Imperial.
Deus que os ajude e a nós que não nos desampare (mais)…

2 comentários:

  1. Miguel,
    As coisas estão más em todo o lado, mas a incompetência deste governo é de bradar aos céus. Infelizmente directamente proporcional à incompetência deste povo, que teima em se demitir de exercer o seu direito de cidadania. As marcas de dezenas de anos na obscuridade são muito profundas...

    Abraço

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  2. AC
    Desculpe só agora responder, mas estive sem net...
    Já não são só os 48 anos (isso é para a minha geração), mas antes o espezinhar a dignidade individual e retirar defesas através do isolamento e do aumento da pobreza.
    Ainda ontem um frade, na SIC Notícias dizia que estamos no tempo da Revolução...
    Bfs

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