O Cardeal-Patriarca de Lisboa apelou a um reconhecimento da “contribuição ética da religião no âmbito político” e a uma laicidade "positiva".
“Tal contribuição não deveria ser marginalizada ou proibida, mas, vista como válida, ajuda à promoção do bem comum”, disse D. José Policarpo na celebração do Dia da Paz.
«Liberdade Religiosa, caminho para a paz» foi o tema escolhido pelo Papa para esta 44ª Jornada Mundial, celebrada na Igreja Católica, desde 1968, a 1 de Janeiro.
Segundo D. José Policarpo, “esta Mensagem desafia a nossa sociedade, antes de mais, a não se contentar com a Lei, mas a aprofundar e cultivar o papel da religião na construção da sociedade e a empenhar-nos na evolução desta situação a nível do Planeta”.
Este responsável reconheceu que no país “há uma Lei da Liberdade Religiosa, que reconhece todas as religiões e garante a liberdade de consciência e de culto”, alertando, no entanto, que “a simples Lei não garante, por si, a valorização da religião, como valor decisivo, no progresso da sociedade”.
D. José Policarpo assinalou que “entre as perspectivas éticas que a religião, de modo muito particular o cristianismo, a religião dos nossos maiores propõe à sociedade, avulta o sentido da solidariedade e da comunhão fraterna entre os homens”. “São numerosas as instituições caritativas e culturais que atestam o papel construtivo dos crentes na vida social”, precisou.
Às religiões, o Cardeal-Patriarca pediu um esforço de “sincero diálogo”, “tendo todas a coragem de erradicar as expressões que agridam a dignidade da pessoa humana”.
À parte a opção religiosa de cada um, ou nenhuma, há que reconhecer o papel de todas as religiões (não seitas religiosas) na procura de soluções práticas para colmatar algumas das nódoas sociais que mancham as nossas comunidades, quer com origem em razões de cariz individual, quer por opções de ordem política dos nossos governantes. Seguramente que o epicentro desta acção tem que estar entre as perspectivas éticas de cada religião, em que o sentido da solidariedade e da fraternidade entre os homens estão na sua génese.
Parece-me razoável que quem cumpre obrigações sociais, para as quais não tem obrigações legais, tenha a moral de exigir a quem de direito, o cumprimento dos seus compromissos éticos.
A ELES e a cada um de nós, por muito leigos que sejamos!
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