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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Já não há indiferença perante tanta AUSTERIDADE!

As mais recentes estatísticas sobre o estado da economia na zona euro indicam que, ao contrário do que os responsáveis políticos afirmavam, a crise está longe de terminar.
A imprensa europeia atribui o declínio da economia às políticas de austeridade aplicadas na maioria dos países. Alguns apelam a uma mudança de rumo.
"A zona euro tornou-se um espaço de recessão", salienta La Tribune, que interroga na primeira página se "a Europa estará doente devido à austeridade". Para o diário, os índices divulgados a 14 de fevereiro são um verdadeiro "Massacre de São Valentim":
A queda de 0,6% da riqueza da zona euro num trimestre é a 3.ª maior registada desde 1995, ou seja, desde que o Eurostat começou a compilar as estatísticas sobre a união económica e monetária.
Em Portugal, o Diário Económico sublinha na primeira página que "Portugal mergulhou na sua pior recessão desde 1975", com uma contração do PIB de 3,2%. Segundo os especialistas consultados pelo diário, o recuo económico em 2013 deverá ultrapassar o esperado 1%. O jornal acrescenta que
os sinais de alarme num tão grande número de países vão, por certo, obrigar os políticos europeus a tomar medidas e a aliviar as cargas que pendem sobre Portugal, Irlanda e Grécia. E em Portugal, também os políticos serão obrigados a procurar acelerar a recuperação económica.
Na Holanda, o NRC Handelsblad declara em título: “Economia entra pela 3.ª vez em recessão" desde o início da crise da dívida, em 2008. Um anúncio que põe em causa a política de austeridade do primeiro-ministro Mark Rutte, considera o jornal. E atribui o declínio da atividade económica à quebra do investimento público, traçando uma alternativa:
É preciso levar Bruxelas a adotar um orçamento mais flexível, agora que a economia se ressente em toda a zona euro.
Em Espanha, La Vanguardia traz em título: "A recessão agrava-se na zona euro e fecha o ano com uma queda de 0,6%". O jornal teme que a situação venha a criar problemas de confiança em relação à dívida dos países mais frágeis, como a Espanha, e considera que
a estratégia de austeridade conduzida pela chanceler Merkel não tem como se aguentar e, mais cedo ou mais tarde, vai ter de mudar de rumo. [...] A Europa precisa, como do ar que respira, de uma política económica que aposte no crescimento.
As aflições da zona euro têm repercussões sobre os países que não a integram. Assim, na República Checa, o Hospodářské noviny chama para título “a mais longa recessão da história". O PIB caiu 1,1% em relação ao ano passado, salienta o diário. "Entre as principais causas da desaceleração da economia", lê-se no jornal, conta-se "a baixa no consumo das famílias: mais de 3% em relação a 2011". Entre as consequências desta situação económica, salienta
o desaparecimento dos tradicionais laços económicos com a vizinha Alemanha. A teoria de que “quando a Alemanha está bem, a República Checa está melhor" já não se aplica [...]. As duas economias caminham em direções diferentes. Enquanto a Alemanha cresceu 0,7%, a economia checa recuou 1,1%.
"Fim do conto de fadas – a economia está em queda livre" declara, por seu turno, o Népszava de Budapeste. Alude às palavras do ministro da Economia, György Matolcsy, em 2012: "O conto de fadas húngaro ou o exemplo húngaro vai ser um sucesso dentro de um ano". Na verdade, a economia húngara contraiu-se 1,7% em 2012, quando, em 2011, a Hungria ainda apresentava um crescimento de 1,6%, e de 1,3% no ano anterior. O diário salienta:
A recessão económica na Hungria é a 4.ª mais acentuada da Europa, depois da Grécia, Portugal e Chipre.
"Os efeitos das políticas de austeridade impostas por toda a Europa não surpreendem", é a conclusão do Mediapart. No entanto, o site de Internet francês acrescenta:
Ousar falar da questão da sobrevalorização da moeda europeia, que aniquila todos os esforços dos países europeus para recuperarem as suas economias, é um tabu, como se deverá verificar novamente na cimeira do G-20, marcada para este fim de semana em Moscovo. Para a Comissão Europeia, em linha com a posição de Berlim, há apenas que ter paciência, para apreciarmos os efeitos benéficos da austeridade.

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