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quinta-feira, 26 de maio de 2011

REESTRUTURAR a dívida, ou alugar uma guerrinha?

A Revolução francesa
O presidente da Comissão de Inquérito à Crise Financeira (FCIC, na sigla inglesa) dos EUA, Phil Angelides, aconselhou uma investigação semelhante em Portugal e na Europa, como forma de apurar os factos que levaram à atual crise, determinar com rigor a história e as responsabilidades na crise e para estimular o debate informado.
Criar uma comissão de investigação "é uma decisão que cabe ao povo e aos líderes portugueses, mas deixe-me dizer que este estudo foi muito valioso para os Estados Unidos, provocou um grande debate. O relato histórico rigoroso, a discussão e o debate são vitais para sair da crise porque, em geral, as pessoas que a causaram, nos Estados Unidos - reguladores que não fizeram o trabalho, Wall Street, que foi imprudente - não querem esse debate vigoroso", afirmou Angelides.
Pelos vistos, a CRISE tem uma história, seguramente com protagonistas, que consequentemente serão os responsáveis. Claro que saber os nomes e consequentemente responsabilizá-los, não só criminalmente como economicamente, seria mais do que justo. Mas sendo o SISTEMA dominado por esses mesmos protagonistas, que se acobertam fora do poder, mas fazendo parte do PODERIO, como é que eles se vão expor visualmente e juridicamente?
Se nos Estados Unidos, onde mais tarde, ou mais cedo (quase sempre mais tarde), há inquéritos e julgamentos de responsáveis, os REGULADORES que não fizeram o seu trabalho e a BOLSA, que foi imprudente não querem esse debate vigoroso, como é que se pode pensar que tal aconteça por aqui, quando os nossos incompetentes foram promovidos para órgãos dirigentes da UE? Não seria mais fácil uma revolução, mais ou menos pafícica?
E a propósito, aqui ficam, fresquinhas de hoje, duas notícias e de peso:
O economista norte-americano que alertou para a atual crise, Nouriel Roubini, disse que a Grécia deve fazer uma "reestruturação ordenada" da sua dívida e que a estratégia da zona euro está condenada ao fracasso.
Esta, da Grécia, serve para desmascarar a força argumentativa (técnica) dos que nos querem convencer de que a mesma solução, em Portugal terá resultados diferentes, com os factos que constroem a realidade!
Não se esqueçam os candidatos do pedido do PR para apresentarem soluções e falarem a verdade, embora ele (PR) também saiba que existe um PROGRAMA comum à troika do ARCO e que não difere, substancialmente, do da Grécia e como economista que é, deve saber que daqui a um ano (talvez antes), Portugal estará na mesma situação.
Entretanto, como diz Roubini, a estratégia da zona euro está condenada ao fracasso, o DÓLAR retomará a hegemonia mundial e nós poderemos retomar conta das nossas vidas, mais pobres, mas com mais dignidade.
Se entretanto o tal inquérito fosse alargado à UE, haveria mais uma notícia fresquinha, de hoje, que apresenta a vantagem de um processo inovador(?) de debelar a crise, através da GUERRA:
Os investimentos de 5 mil milhões de dólares do fundo soberano líbio no banco francês Société Générale (SG), entre 2007 e 2010, "podem ter salvado o sistema financeiro francês", admitiram especialistas em fluxos e branqueamento de capitais.
Diferentes fontes ouvidas ao longo de uma investigação realizada pela Lusa sobre os fundos líbios concordam que a colocação daqueles investimentos de Tripoli na SG, numa altura de crise financeira mundial e de crise interna do banco, "foi essencial para o equilíbrio da instituição".
"A SG é um dos pilares do sistema financeiro francês. A contribuição da Líbia para a saúde financeira da França não pode ser desprezada", disse uma das fontes, que pediu para não ser identificada.
Como se vê, o anonimato na denúncia destas matérias é uma defesa e uma certeza de que, não é com os inquéritos que lá chegaremos.
E prova-se que, há outras formas de equilibrar o sistema financeiro de um país, diferente do que aqui foi usado no caso BPN e BPP e agora com os restantes bancos, nacionalizando os roubos nos primeiros casos e sacando aos contribuintes no segundo caso, por imposição do tal PROGRAMA das troikas, a externa e a interna. E ainda querem PRIVATIZAR a CGD…
Mas nós somos tão pacíficos e porreiros, que nem temos a quem declarar guerra, quando muito podíamos alugar os dois submarinos, com tripulação, ou não, para os por a render, numa guerra qualquer alugada, sei lá, à França, embora esta seja mal agradecida, como é o caso.
Ou há “Liberté, Egalité, Fraternité para todos, ou não há para ninguém!

6 comentários:

  1. Peça-se a Tó Zé Martinho para escrever um guião para uma telenovela sobre as origens da crise.Actores da nossa cena política e económica não faltam.Sugiro o licenciado ao domingo para protagonista principal.
    O Kadhafi e o Chavez também podem fazer parte do elenco.

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  2. maria
    Se houvesse o tal inquérito, os artistas principais não seriam os que enumerou, mas gente graúda e 2desconhecida" do público, que não andam nas festas do Jet 7 do croquete... E seriam Tannnntos!

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  3. Lá nisso também estou de acordo. Nesta telenovela só o peixe muito miúdo iria fazer parte do elenco. Os outros são actores sem nome e sem rosto. Tudo isto é verdadeiramente diabólico e aterrador. Sabe que às vezes faço como a avestruz? Meto a cabeça na areia para preservar alguma da minha sanidade mental.

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  4. maria
    Dá mais jeito meter entre os travesseiros e pensar que amanhã é outro dia...

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  5. É por essas que visito o seu blog. O MigueL, além de ter a amabilidade de responder a quem aqui comente,anima sempre o pessoal.Claro que o blog tem nota máxima, não só pela pertinência dos temas mas também pelas excelentes análises com que o autor nos brinda diariamente (ó Miguel não é para ficar babado)...
    Bem - haja

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  6. maria
    Não me fale em babar, porque já não faltará muito para não conseguirmos manipular os músculos faciais. Com os gabanços, ainda não corro o risco, por ter alguns, mas mais contraditórios, que por acaso aqui não acontece e até estranho...
    Obrigado, não pelos elogios, mas pelas visitas e os comentários, que complementam e apimentam os meus.
    Bom fim de semana.

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