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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A 14.ª Universidade do mundo, para que a troika saiba!

A comemoração dos 500 anos da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC) vai ser uma oportunidade para a instituição valorizar o seu papel na afirmação da língua e no reforço da lusofonia.

Com fundos bibliográficos e documentais distribuídos por 7 pisos, a BGUC “é a biblioteca central do mundo lusófono”, o que confere à Universidade de Coimbra “uma responsabilidade e uma oportunidade”, disse o reitor, João Gabriel Silva.

Herdeira da Casa da Livraria, mencionada numa ata de 12 de fevereiro de 1513, quando a Universidade portuguesa funcionava em Lisboa, a Biblioteca Geral promove um programa comemorativo. “Somos a universidade do mundo que tem mais estudantes brasileiros fora do Brasil”, realçou o reitor, ao confirmar que a BGUC “é a mais rica biblioteca da lusofonia”. Foi na Universidade de Coimbra (UC) que “a língua portuguesa nasceu, onde foi estudada e desenvolvida”, sublinhou. “Os tesouros guardados na Biblioteca são um excelente ponto de referência para a estratégia que temos de seguir”, acrescentou João Gabriel Silva.
Com um acervo de 1.500.000 de livros, disponíveis em 28 quilómetros de estantes, a BGUC quer aproveitar as comemorações como contributo para reforçar as afinidades históricas, linguísticas e culturais dos 8 países lusófonos: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
“Temos este conhecimento acumulado, que nos permite encontrar um lugar neste mundo globalizado”, disse João Gabriel Silva, associando a afirmação de Portugal no plano internacional ao papel da UC entre as principais universidades dos vários continentes, sendo uma das mais antigas universidades da Europa (e do mundo), criada em Lisboa, em 1290, e transferida definitivamente para Coimbra em 1537, estudaram “praticamente todas as pessoas que fizeram a construção do Brasil”, salientou.
É o caso de José Bonifácio de Andrada e Silva, que, tendo frequentado a Faculdade de Filosofia, seria um dos seus mais destacados professores, após a Reforma Pombalina da Universidade, no século XVIII. De regresso ao Brasil, o futuro "Patriarca da Independência" acabaria por assumir papel determinante na emancipação do Brasil face à coroa portuguesa, em 1822.
O primeiro presidente de Angola, Agostinho Neto, também estudou em Coimbra, na Faculdade de Medicina, em meados do século passado, antes de se envolver, em Lisboa, nas atividades anticoloniais.
Vários presidentes do Brasil foram distinguidos com o título de doutor “honoris causa” pela UC, os últimos dos quais foram Lula da Silva (2011) e Fernando Henrique Cardoso (1995).
O ex-presidente e atual primeiro ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, foi outro dos estadistas de países lusófonos agraciados com esse grau académico, em 2011.
Só para que se saiba, a Universidade de Coimbra, fundada em 1290, é a 14.ª surgida no mundo, o que testemunha o papel de Portugal como pioneiro da Cultural, como polo de irradiação do conhecimento, o que não pode ser esquecido, quer pelo governo (que deve saber), quer pela troika (que nem lhes passa pela cabeça), nos cortes cegos, que podem originar cegueira aos cidadãos que tem fome de saber…
O que pode parecer não tem valor, normalmente não tem preço!

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