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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A narrativa do BdP no mais vernáculo “economês”…

A recessão no próximo ano será mais profunda, diz o Banco de Portugal, que agrava a sua projecção para uma contracção de 2,2%, quando antes esperava uma quebra de 1,8%, tal como a “troika”.
No Boletim Económico de outono, a instituição confirma as palavras do seu governador, Carlos Costa, durante uma audição na Comissão  parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, que apontava  para um pior cenário em 2012, algo que o próprio primeiro-ministro já havia admitido.
A contracção de 2,2% do PIB, que se deverá seguir a uma quebra de 1,9% este ano, reflecte em grande  parte as medidas de consolidação orçamental que terão um impacto ainda maior  que o já conhecido no rendimento das famílias e um cenário de maiores restrições  no acesso a financiamento.
O Banco de Portugal espera assim uma maior contracção no consumo privado, de 3,6% em vez dos 2,9% projectados no anterior boletim, uma maior contracção no investimento, demonstrada pela queda de 10,8% na Formação Bruta de Capital Fixo contra os 10% esperados  anteriormente.
"A contracção do consumo privado traduz o impacto imediato sobre as perspectivas  de evolução do rendimento permanente das famílias de medidas de consolidação  orçamental, bem como a incerteza face à natureza de medidas adicionais que  venham a revelar-se necessárias. (...) A contracção do consumo privado em  2011 estará a traduzir, inter alia, uma quebra substancial do rendimento  disponível real das famílias, num contexto de condições de financiamento  mais restritivas que se deverão manter em 2012. As medidas de consolidação  orçamental a adoptar em 2012 implicarão uma redução adicional do rendimento  disponível real, a qual não deixará de se reflectir significativamente na  evolução do consumo privado", explica o Banco de Portugal.
Acresce às dificuldades das famílias o facto de a economia continuar sem  criar emprego. A instituição sublinha que as "condições adversas no mercado  de trabalho" se mantêm, o que "deverá implicar uma forte moderação salarial"  no horizonte da projecção (até 2012).
A forte quebra na actividade económica que se irá verificar, diz o BdP, deverá implicar "uma redução do emprego de cerca de 1%  em 2011 e 2012, que se traduzirá num novo aumento da taxa de desemprego" o que deverá afectar tanto o sector público, como o privado, mas com maior expressão  no público, "em linha com a redução do número de efectivos das Administrações  Públicas admitida" pelo Governo.
Não sei se entenderam as explicações (a amarelo) do BdP, mas o que querem dizer é simplesmente isto:
O mais “previsível” e receitado é cortar nos salários.
O cumprimento dos objectivos orçamentais, “numa perspectiva de sustentabilidade estrutural, constitui um elemento chave do ajustamento da economia”, reforça a instituição.
Mais um naco de “economês”, para justificar o que ainda ninguém justificou em português, porque ninguém pos em dúvida a “chapa 3” da troika, que é mais infalível do que a Bíblia ou o Corão…
No final de setembro, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou uma revisão das previsões de crescimento para 2011 e 2012, estimando uma quebra menor do PIB este ano (1,8% face aos anteriores 2,3%), mas uma contração maior para 2012, de 1,8% para 2,3%.
O Banco de Portugal prevê também para o próximo ano uma redução do ritmo das exportações, devido à conjuntura internacional.
Ou seja, quer a troika, quer o governo, quer o BdP enganaram-se nas previsões, mais uma vez e como sempre, mas continuam a acreditar e querem que nós acreditemos, que desta vez vão acertar…
Não deixa de ser estranho, diria mesmo, estranhíssimo, que nem os economistas de per si, nem as instituições de supervisão em que se integram (até a infalível troika) sejam incapazes de encontrarem a solução dos problemas em que são(?) especialistas, mesmo fazendo os mapas astrais sazonalmente.
E que terão a ver os ciclos da economia com as estações do ano? Será que as coisas económicas mudaram como as condições climatéricas, também por causa dos buracos e daí as falhas astronómicas? Previsivelmente…
E ainda há quem acredite nestas cartomantes, que pelo que se constata só sabem jogar ao “rapa, tira, deixa e põe”? Todos, menos eles, que já sabem que no boletim polínico de inverno, a atmosfera estará muito mais irrespirável…

2 comentários:

  1. O problema são os buracos que provocam muita corrente de ar.

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  2. maria
    Bem vinda!
    Buracos à parte, quem nos dera falar assim, embora o eduquês tenha a mesma função, falar e não dizer nada...

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