O governo a queixar-se da diminuição da receita fiscal com a venda de automóveis. O sector em sobressalto por causa da diminuição na compra de veículos. A quebra no consumo das famílias.
Depois do pico na venda de automóveis no final do ano passado – quando foi anunciado o aumento do IVA de 21% para 23% –, a venda de carros novos não pára de baixar, de tal forma que só nos primeiros 8 meses do ano, o valor da compra de carros já caiu cerca de 600 milhões de euros – 138 milhões seriam a receita do Estado com o IVA destas vendas, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
E tudo aponta para que o agravamento venha a ser ainda maior. Por um lado, o memorando da troika aponta para um aumento dos impostos especiais sobre o consumo, de forma a aumentar a receita fiscal do Estado, por outro lado, a retracção do consumo das famílias vai agravar-se por causa do imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal.
Por causa da quebra de vendas, o Salão Automóvel, que deveria arrancar no dia 4 de Novembro, foi cancelado.
Não há razão específica para pegar no tema, mas serve com 1º exemplo prático da aplicação da “chapa 3” da troika, que no caso reduz o consumo interno (600 milhões de euros), mas… o Estado, em consequência vê reduzida a receita do IVA em 138 milhões de euros, que davam jeitinho para aliviar o cão.
Mas, diz-se (como se fosse preciso ser adivinho) que o agravamento neste setor vai ser ainda maior, logo vai haver mais redução de receitas…
E tudo isto, em virtude de o memorando da troika ditar que houvesse um aumento dos impostos especiais sobre o consumo, PARA AUMENTAR A RECEITA FISCAL DO ESTADO, como se prova!
Tendo em conta a retracção do consumo das famílias, agravada com o saque extraordinário no subsídio de Natal, mais as medidas de austeridade, é fácil perceber que a redução dos impostos é imposta pela própria medida, o que prolongará por tempo indefinido a almejada recuperação...
Mas a troika e os “troikistas” dizem-vos o contrário! E vós acreditais?
Augusto Canário - E Vós Acreditais?
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