A Ferrostaal, acusada de corrupção em Portugal e Grécia para obter encomendas de submarinos, chegou a acordo com o Tribunal de Munique.
Em vez dos 277 milhões de euros pedidos pela Procuradoria de Munique, o tribunal anuiu numa multa de 177 milhões de euros após consultas com a defesa e a acusação e dois ex-gestores de topo da empresa deverão ser sentenciados a dois anos de pena suspensa por corrupção. Os réus são acusados do pagamento de "luvas" de mais de 62 milhões de euros a responsáveis portugueses e gregos entre 2000 e 2007 para a obtenção dos contratos. A Procuradoria confirmou apenas a consulta entre as partes envolvidas no processo, sem adiantar pormenores sobre os conteúdos.
Esta vitória parcial da Ferrostaal é atribuída à dificuldade da Justiça de identificar os receptores dos aliciantes em Portugal e na Grécia.
Em Portugal deverão ainda ir a julgamento nove arguidos no caso, acusados de falsificação de documentos e burla qualificada, dois dos quais alemães. O processo da compra dos dois submarinos em 2004, no Governo de José Manuel Durão Barroso, quando o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, era titular da pasta da Defesa, continua a ser alvo de uma investigação.
A oportunidade da notícia pode ter algumas leituras enviesadas, mas só tem a ver com a “inoportunidade” do acordo a que chegou a Ferrostaal e o Tribunal que está julgar o caso. E o acordo, que se traduz numa vitória (parcial) da empresa construtora de submarinos, terá a ver com um abatimento da multa em 100 milhões de euros, multa essa que tem origem na corrupção que envolveu as encomendas de submarinos, em Portugal (2) e na Grécia (4).
A Ferrostaal defende a sua inocência, embora assuma como provável que algum empregado tenha usado dinheiro do consórcio para subornar, o que constituiria, no seu entender, um acto de deslealdade para com a empresa. E no meio da borrasca, lá surgiram dois desleais ex-gestores de topo da empresa, que deverão ser sentenciados (imagine-se) a 2 anos de pena suspensa, por corrupção, por pagarem "luvas" de mais de 62 milhões de euros a responsáveis portugueses e gregos.
Mas no meio desta tempestade, a Ferrostaal conseguiu alguns bónus anunciados, devido à dificuldade de a Justiça alemã identificar os recetores dos aliciantes em Portugal e na Grécia. Como cá, conclui-se que houve corruptores, mas não se sabe se há corrompidos, que é a mesma coisa que haver crime, sem que haja corpo…
Só que, em Portugal parece que vão a julgamento 9 arguidos do caso, acusados de falsificação de documentos e burla qualificada, 2 deles alemães… Afinal não estamos tão mal na Justiça como se diz…
Fazendo história, que não passam de factos temporais, o negócio da compra dos nossos 2 submarinos foi feito em 2004, no governo de Durão Barroso, com Paulo Portas a ministro da Defesa, negócio que continua a ser alvo de uma investigação e continuará...
Continuando a fazer história, que não passa de um facto insólito, se bem se lembram, o governo alemão obrigou o governo português (que estava com as calças na mão), a pré-pagar, em 2010, os 2 submarinos, no valor de 1.000 milhões de euros, que só chegaram 2011, o que nos aumentou o défice de 2010, em cerca de 2%.
Pondo todo o processo de lado, que várias vezes trouxemos aqui e comentamos, e mesmo os valores enunciados, convém juntar todos os elos desta cadeia e ligá-la, em parte, às crises que se geraram cá e na Grécia, o que está bem explicadinho neste artigo, Alemania y el fantasma griego e que ajuda a perceber por que a 5ª tranche do empréstimo à Grécia, nem anda, sem desanda e entre tantos, o povo é que anda à porrada com os polícias (que são filhos deles)…
Sem comentários:
Enviar um comentário