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sábado, 8 de outubro de 2011

Vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhante, vermelhão...

O "bloco vermelho" que venceu a eleição parlamentar há duas semanas atrás inclui o Partido Popular Socialista e o Partido Social Liberal.
"Será ótimo ter novos olhos sobre tudo, e será bom estabelecer uma nova direção para a Dinamarca" disse Thorning-Schmidt.
Os social-democratas ocuparão 11 ministérios. Os dois sócios minoritários ficarão com 6 pastas cada. A coligação precisará do apoio da Aliança Vermelha e Verde, de extrema esquerda, que não foi incluída, para garantir a maioria parlamentar.
Na altura da vitória da coligação da esquerda (com um partido da extrema esquerda), sublinhei aqui a “corajosa” atitude do partido social democrata por fazer tal coligação, por ser a única via de chegar ao governo e virar as coisas.
Sublinho agora a descomplexada adjetivação de "bloco vermelho", que ainda não fez asneiras e pelo que se lê, até retificou algumas.
A primeira ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, apresentou o seu Governo composto por 23 ministros e formado pelo bloco social-democrata.
Para o ministério de Assuntos Exteriores, foi designado o presidente do Partido Popular Socialista (PPS), enquanto a chefia do Partido Social Liberal (PSL) ocupou o cargo da Economia e Assuntos Internos.
Depois das eleições legislativas de setembro, Thorning-Schmidt converteu-se na primeira mulher a ocupar a direção do Governo no país escandinavo, num contexto de rejeição às políticas de austeridade que dominaram nos últimos 10 anos.
O bloco social-democrata obteve uma clara vitória com 50,3% dos votos, com o que assegurou 92 cadeiras de 179 no Parlamento.
De acordo com analistas, o giro eleitoral poderia ter mudanças na política económica do executivo, sobretudo relacionada com o lidar da crise que envolve a Europa.
Não deixa de ser surpreendente para nós, que os dinamarqueses tenham rejeitado políticas de austeridade (comparadas com as nossas?) que os dominaram nos últimos 10 anos e tenham votado maioritariamente num “bloco vermelho”, enquanto nós, pelas mesmas razões, mas durante menos tempo, votamos num partido (agora coligação), que nos estão a impor ainda mais austeridade e que continuará com a mesma receita, durante muito tempo, até nos convencermos de que o vermelho é a cor da cereja em cima do “pote”…
E mais surpreendente é que esta mudança feita pelos dinamarqueses nas urnas está ligada a uma outra perspetiva sobre a solução da crise… Se a direita não resolveu, é provável que a alternativa esteja à esquerda, obviamente.
Bruxelas elogiou a decisão de Copenhaga de não ceder à pressão do Partido do Povo Dinamarquês (DF), partido populista de direita para manter o controlo nas fronteiras do país com a Alemanha e a Suécia, abolindo essa medida tomada pelo governo anterior.
O anúncio do novo governo de realizar plebiscitos sobre dois âmbitos (a política de defesa e persecução penal), nos quais a Dinamarca não vai cooperar inteiramente com a UE, é vista com bons olhos pela Comissão Europeia.
Thorning-Schmidt tinha dito anteriormente que manteria o controlo introduzido pelo governo antecessor, mas durante o anúncio do novo governo, a política social-democrata afirmou que as medidas acirradas de controlo nas fronteiras serão suspensas.
O governo conservador-liberal do ex-primeiro ministro Lars Lökke Rasmussen justificou a retomada do controlo, em meados deste ano, como uma medida de combate à imigração ilegal e à criminalidade nas regiões fronteiriças. As medidas não foram vistas com bons olhos, nem por Bruxelas, nem pelos países vizinhos.
Para quem está na União Europeia, ou cumpre todas as normas, ou tem que as cumprir. Também é surpreendente que o anterior governo dinamarquês tenha agido, unilateralmente contra o Acordo de Shengen e os estados membros o tenham permitido, congratulando-se agora com o retorno às normas e procedimentos e no caso em boa hora.
Começa-se a perceber a(s) diferença(s), para quem ainda não tinha percebido, entre a direita e a esquerda…
E mais uma surpresa, que é a de a PM ter faltado à promessa (de manter o controlo sobre as fronteiras), como é timbre na “política moderna”, mas no caso para a substituir por uma prática melhor.

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