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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Wrestling entre o “Mercado” e o “Poder Político”

Agência ameaça com novos cortes caso não exista um programa que envolva a UE e o FMI.
1º round… Ameaças, se…!
Numa nota enviada aos investidores sobre Portugal, a agência de "rating" diz que o Orçamento ia no bom caminho para cumprir as metas prometidas. Mas a crise política minou a confiança de que estas venham a ser cumpridas. Para a restaurar é preciso agora uma intervenção externa.
2º round… Ia tudo tão bem (para os especuladores), que agora só pedindo aos mesmos, para ficar a dever mais aos mesmos!
A agência baixou ontem a notação da instituição estatal e admite fazer o mesmo aos outros bancos portugueses.
3º round… “Desvaloriza” o melhor banco (público) e só depois ameaça os outros (privados). Provavelmente ouviram falar da PRIVATIZAÇÃO da CGD e dava-lhes jeito que valesse pouco…
Depois da Standard & Poor’s e da Moody’s, a Fitch reduziu o rating de Portugal de A- para BBB-, ou seja, um corte de três níveis, que deixa a notação nacional a apenas um passo de ser considerada junk (“lixo”).
4º round… De um dia para o outro, Portugal desce 3 níveis, sem que nada tenha acontecido durante a noite! As regras começam a ser a do Wrestling…
Presidente da República sempre criticou ataque às agências de notação financeira
O PR considerou esta sexta-feira que o corte de notação financeira da dívida portuguesa pela Fitch é “injustificado”.
Até Cavaco, que gosta de estar calado e que não quer que se belisque estas agências (mortuárias), por não entender as justificações da ameaça (descida abruta), diz que é injustificado (este comportamento).
O que se entende é que os Mercados, os Especuladores e os Privados querem impor-se ao Poder Político, mostrando que quem manda é o CAPITAL!
Seguir-se-ão novos rounds...
Enquanto estava agendado este post, vieram mais novidades da rigorosa Fitch:
04 Abril -  Fitch baixa rating da EDP
Os tipos estão mesmo desorientados! 
Entretanto, hoje, a vingança continua
Para os entendermos e se perceber o que não é compreensível:
Empresas principais de rating
A nível internacional, o sector funciona quase como um oligopólio controlado por 3 grandes companhias nova-iorquinas que dominam aproximadamente 90% do mercado. Ainda que cada uma tenha o seu próprio sistema de qualificações, são muito similares.
Standard & Poor's (Estados Unidos)
Moody's - Moody's Investors Service (Estados Unidos)
Fitch - Fitch Ratings (Estados Unidos - Reino Unido - França)
Descrédito das agências
Desde o inicio da crise económica de 2008, que nenhuma das grandes agências conseguiu prever, estão muito desacreditadas. E são estas agências que demonstraram as suas carências em crises como a da Enron e nos primeiros estádios da actual, onde a Lehman Brothers tinha uma boa qualificação, mesmo antes da sua falência.
Dominique Strauss Kahn, diretor do MI, disse em abril de 2010 que “as agências de rating nem sempre acertam. As pessoas acreditam nelas e por isso tem influência no curto prazo, mas a longo prazo o que predominam são outros fatores”. A Comissão Europeia, no início da crise económica da Grecia em 2010 deu um toque de atenção a estas empresas ao pedir "que atuem responsavelmente e com rigor, sobretudo em momentos tão sensíveis e difíceis como os presentes". A União Europeia quer regulamentar o funcionamento das agências para que estejam sob a sua supervisão e não descarta a criação de uma agência pública europeia.
Em 29 de setembro de 2010, o FMI reconheceu ter contribuído "involuntariamente" para a instabilidade financeira pelo uso e abuso de agências soberanas de qualificação de risco como a Fitch, a Moody's e a Standard & Poor's.
O professor García Montalvo da Universidad Pompeu Fabra explica que "se a agência põe uma qualificação aos teus ativos que não te convence, podes não pagar, por isso lhes interessa por AAA, porque se não o cliente poderia fugir" e acrescenta: "antes estas agências tinham os incentivos correctos porque os seus clientes eram os investidores e a agência devia dizer-lhes a verdade. O problema [agora] é que ninguém conhece o modelo que utilizam para calcular [a solvência]; cobram por fazê-lo, mas não dizem as suas variáveis. O que se sabemos é que nos últimos 7 anos não modificaram os seus modelos e estes tinham falhas".

6 comentários:

  1. Anabela
    Até parece que estão à rasca e estão! Imagina que te devem dinheiro e que não te pagam...

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  2. A palvra rating faz-me lembrar... ratos...ratazanas...

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  3. maria
    E barcos de madeira... e tesouros... e piratas!
    Mas há quem ache os especuladores os salvadores de pátrias...

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  4. Elenáro
    Obrigado, mas já que ninguém da alta tem coragem para mandar estas agências àquela parte, ao menos os baixinhos como eu podem dizer "blasfémias".
    É a cobrança de fraque, ao mais alto nível.

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