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domingo, 3 de abril de 2011

Isso sabemos nós! Eles também, mas não praticam!

Numa altura em que à crise económica se somou uma crise política, ex-deputados defendem que os políticos devem ser verdadeiros, sem seguirem cegamente os partidos, para que os portugueses confiem em quem os representa.
Os ex-deputados Henrique Neto (PS) e Luísa Mesquita - eleita pelo PCP por Santarém, mas que continuou na AR como independente após aquele partido ter decidido afastá-la - consideram que, antes da disciplina partidária, um deputado deve ter nas suas prioridades a sua própria consciência, a ética e a verdade.
Para a ex-deputada, "o jogo político é sempre o mesmo": durante a campanha, os partidos estão essencialmente de acordo sobre as necessidades do distrito onde concorrem, mas, quando a legislatura se inicia, qualquer que seja o partido "que assuma o poder, este passa a não cumprir as promessas, enquanto os partidos da oposição assumem na integra as propostas que apresentaram".
A origem dos cabeças de lista para as eleições legislativas divide distritais: há quem defenda gente da terra, outras defendem competência acima de tudo, disseram alguns dirigentes.
A poucas semanas das eleições legislativas, as estruturas regionais dos partidos já começam a discutir os nomes dos futuros candidatos, mas a essa escolha somam-se a imposição de outros nomes dos directórios partidários, seja nos cabeças de lista, seja na lista em lugar elegível.
Em Castelo Branco, o líder do PSD, Carlos São Martinho, defende que, "por princípio, o partido deve aceitar o nome proposto pela Distrital". O dirigente defende uma concertação de propostas: "Com bom senso, entre a Comissão Política Nacional e as distritais: estou certo que é isso que vai acontecer".
Como o tema e o problema vem de tempos remotos e se mantém, nem vale a pena falar a sério do assunto e por isso temos que constatar que:
1 - Os políticos são mesmo verdadeiros, de carne e osso. No princípio são mais osso do que carne, mas depois de uns aninhos… são todos ao mesmo osso;
2 – É evidente que nenhum deles segue os partidos cegamente, antes pelo contrário. Embora tateando, vão-se autoconvencendo que a luz está nas palavras dos Mestres, decoram o disco e vão repetindo-as todos os dias, antes de adormecerem;
3 – Por outro lado, dada a experiência dos eleitores e no contexto atual, já não são capazes que gerarem confiança nos portugueses, exatamente porque não os representam;
4 – Porque os partidos não podem estar de acordo sobre as necessidades de cada distrito, porque não tem dados sobre o país, muito menos sobre os distritos e as decisões na AR não são propriamente sobre os distritos;
5 – Para achincalhar mais o sistema, há sempre a velha discussão sobre o/as cabeças de lista, quase sempre de fora do distrito, nomes sonantes impostos pelo aparelho do partido, que costumam desenterrar um antepassado desse distrito, do tempo da padeira de Aljubarrota, para justificarem a falta de ética e de vergonha. Voltando atrás, nada sabem do distrito, nem tem qualquer vínculo afetivo que os motive para defender essas populações e, por isso, competência zero;
6 – Depois do/a cabeça de lista, imposto/a, ou aceite (único nome de que a gente se lembra na hora do voto), vem a guerra da ordem da lista e dos lugares “elegíveis”, cujo critério (há vários) assenta no maior número de vezes que cada um concordou com a Comissão Distrital, mas também pode ser pela assiduidade de visitas à sede;
7 – Tudo isto se passa nas Distritais, porque antes, o processo teve o seu desenrolar nas Concelhias, em tudo idêntico;
8 – Depois de eleitos os deputados pelos distritos, nunca mais se lembram do distrito, não precisam dele, nem nada fazem a seu (do distrito) favor, o distrito é que fez o favor a ele/a…
E haja bom senso, como diz o outro, para irmos aceitando calados esta tram(p)a que, de tão ridícula já deu origem a várias tentativas de alteração, sempre adiadas, para que o desemprego político não caia em cima de quem legislar para “moralizar”…
Esta regra não tem exceção!

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com a sua análise.
    Votamos nestes sacanas para que encham a mula à nossa conta.Eu até acho que eles vão buscar antepassados a D.Afonso Henriques!

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  2. maria
    Eu conheço o esquema... Também era para ir até ao D. Afonso Henriques, mas a democracia (de cacete) começou com a padeira...

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