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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Estamos às Portas da lógica e da coerência

"Como Nação, Portugal recupera sempre, mas como Estado, esse não recupera", afirmou o líder do CDS/PP, Paulo Portas, que deu conta ao país do posicionamento do partido em relação à questão da ajuda externa, acionada pelo governo demissionário. Portas, que dá "apoio condicional" ao pedido, diz que, "com o pedido de ajuda, chegou ao fim um modelo económico em que gastamos mais do que produzimos". E sobre Sócrates, atirou algumas farpas: "A palavra de um político não deve ser contrariada pelos factos" e "não vale a pena fazer da propaganda um vício".
"O CDS pode concordar com um pedido de ajuda de emergência, mas essa ajuda não pode sobrepor-se à escolha dos portugueses daqui a dois meses", avisou Portas. Para o líder centrista, "o pedido de ajuda feito pelo Governo deve resguardar a decisão que os portugueses vão tomar nas eleições a 5 de Junho", lembrando que esse é precisamente "o espírito da União Europeia, que junta Estados que são constitucionais e democráticos". E concluiu que "temos um longo e difícil caminho para recuperar a autonomia do Estado".
Ainda sobre as eleições, Portas considera que o "verdadeiro debate é saber como vamos pagar o que devemos e como vamos fazer crescer a economia do país". Ou seja, "os partidos devem ser claros e concisos nas propostas contra a dívida", afirmou, revelando que "temos as nossas soluções", como, por exemplo, "não pactuar com obras que aumentam a dívida do país". E revelou que "patriotismo, hoje, é dar garantias aos que têm depósitos no sistema bancário português".
Ora cá está um discurso lógico e coerente, o que não é corrente e que coloca os pontos nos is, no que respeita ao passado, ao presente e sobretudo ao futuro.Quanto ao futuro:
O acentuar a recuperação do espírito da UE (tão espezinhado por dirigentes de outros países);
A defesa da nossa soberania constitucional e democrática (porque o povo é que escolhe);
O desenho de um plano de pagamento da dívida (esperando-se que o tempo faça parte desse plano) e
O resguardo das economias dos cidadãos (que o dos banqueiros tem estado assegurado).
Esperemos que todos os partidos façam o mesmo, e que o CDS-PP concretize estas intenções.
Não deixa de ser curioso que outro Portas (Miguel), sobre os antecedentes do mesmo assunto e noutra perspetiva se pronuncie também com lógica e coerência, cada um dentro das margens em que navegam.
Miguel Portas – 25/03/2011

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