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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Insistindo numa realidade surreal e Angel(ic)a

O descontentamento que reina na Europa face aos Governos nacionais e às instituições europeias, num continente "dominado pela Alemanha de Merkel", pode levar à decadência e possível desagregação da UE, afirma Mário Soares.
"Se a Europa não percebe o descontentamento que reina em todo o lado, contra os Governos nacionais e as instituições europeias e a distância que os separa dos seus povos, é indubitável que nos encaminhamos para a decadência da UE, num mundo em transformação, e para a sua possível desagregação", escreve num artigo publicado no El Pais.
Mário Soares considera que "a igualdade e a solidariedade entre os estados desapareceu" com todos "mais ou menos dominados pela Alemanha da chanceler Merkel", que "se esqueceu do que a Alemanha deve à Comunidade Europeia".
Considerando-se "dona da Europa" e "apoiada pelo seu servil aliado, o presidente Sarkozy" leva a que a economia e as finanças dominem tudo, com o BCE e os bancos alemães, "ainda que não exclusivamente", a "paralisar uma Europa de cidadãos, uma Europa política, de tipo federal".
No artigo, intitulado "Portugal e Espanha no contexto europeu", o ex-presidente da República recorda que apenas 3 países são governados por Governos socialistas (demissionário no caso português) e que todos são do sul, com um peso "mais marcado pela história e pelo que representam" do que pelo dinheiro. "Não são coisas de pouca monta mas, claro, os economistas como só vêm o dinheiro, esquecem-se do resto. E talvez por isso se enganem tantas vezes", escreve.
Bem sei que chamam muitos nomes a quem diz a verdade, mas mesmo os que não gostam do patriarca, tem que lhe reconhecer razão, lucidez na leitura dos factos, contra todos os argumentos. E é preciso insistir.
Não foi seguramente para isto que MS nos levou para a UE, que nos conduziu ao euro e nos oferece o que os descrentes de então previam. Se não tivessem escondido a vontade da federalização a médio prazo e tivessem entrado por aí de imediato, talvez as coisas fossem diferentes, para melhor e com dirigentes europeus democrática e legitimamente eleitos.
Como ele diz, os economistas só vem o dinheiro, esquecem-se do resto e talvez por isso se enganem tantas vezes. Falta acrescentar os políticos, quantas vezes impreparados, que são (mesmo que não pareça), quem toma as decisões e se auto desculpabilizam.
Défice orçamental 2010


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