Nuno Marçal, de 36 anos, é um dos nomeados ao prémio sueco Astrid Lindgren Memorial (ALMA) de 2011, que distingue escritores, organizações e personalidades de todo o mundo que promovam a leitura e a literatura infantis. O vencedor é anunciado na terça-feira, no decorrer da Feira do Livro de Bolonha, em Itália.
O português é o responsável pela criação de uma pequena biblioteca ambulante, instalada na carrinha que diariamente conduz pelo concelho de Proença-a-Nova. Os livros, jornais e DVDs que ali transporta são requisitados sobretudo por pessoas mais velhas, algumas de aldeias mais remotas.
"É o que eu gosto de chamar os medicamentos e as aspirinas contra a solidão e o isolamento", declarou o bibliotecário à agência Lusa. "Há três aldeias onde só vou por causa de uma pessoa", revelou.
Nuno Marçal está convicto que não vai vencer o prémio, por ter concorrentes de peso e porque o seu trabalho não está diretamente ligado à promoção de leitura para os mais novos: "É um orgulho enorme estar naquela lista de finalistas, mas não acredito muito que ganhe. É um estímulo para continuar a fazer o meu trabalho aqui na promoção da leitura".
Licenciado em Sociologia e com uma pós-graduação em Ciência Documentais, Nuno Marçal já foi premiado em Espanha pela Associação de Profissionais de Bibliotecas Móveis.
Em agosto estará em Turku, Finlândia, Capital Europeia da Cultura, para falar do assunto a convite de um festival que celebra os 50 anos da existência de bibliomóveis no país.
É de sublinhar a ideia do município, mas sobretudo a dedicação do protagonista, que sem peneiras, com esforço e dedicação leva a leitura a quem dela (não) precisa e lhe faz falta. Ler+ nunca fez mal a ninguém e no caso pode abrir mais os horizontes a quem os vê ao longe.
Se vai ganhar o prémio? Provavelmente, porque nestas coisas, em regra o minimalismo dos instrumentos e processos contam mais do que a sofisticação dos meios disponíveis.
Fazemos votos para que sim, porque o conteúdo é de todos nós…
Ganda Nuno!Parabéns pela iniciativa.Gente desta merece um Excelente+ e nem precisa das tais aulas assistidas e das tão badaladas evidências.O falso engenheiro podia acompanhá-lo para conhecer o Portugal profundo que ele tanto despreza.
ResponderEliminarOlá Miguel!
ResponderEliminarBem haja por estas palavras elogiosas sobre a Bibliomóvel.
O contra facção não era conhecido, mas agora passa estar na lista de favoritos.
Saudações Bibliotecárias-Ambulantes
maria
ResponderEliminarRealmente, se todos não fossemos peneirentos, não tínhamos chegado onde chegamos.
Afinal o exemplo vem de baixo...
Nuno Marçal
ResponderEliminarNão tem que agradecer, até porque eu sou a favor do contra. Quando estou calado, é um elogio e quando elogio é com a maior das sinceridades e justiça.
Só para lhe criar esperanças, tenho um exemplo por que passei, integrado numa equipa do Museu da Póvoa de Varzim, faz anos, em que com uma exposição de cavaletes e fotocópias, ganhamos o maior prémio internacional, batendo todos os grandes museus do mundo.
Parabéns pelo trabalho que faz, que deve dar gozo, mas também muito esforço,em prol dos outros e de todos nós.