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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A robustez das palavras e a fraqueza das armas…

Pedro Passos Coelho considera que não tem de pedir desculpa aos portugueses depois das medidas anunciadas na quinta-feira.
Depois do debate parlamentar, o primeiro-ministro disse que acredita que 2013 será um ano de recuperação robusta.
O chefe de governo garante que cumprir o ajustamento orçamental exigido pela troika é a única via possível de evitar o colapso do país... mas diz que não pode garantir aos portugueses que o problema vai ficar resolvido com as novas medidas de austeridade.
Claro que não tem de pedir desculpas! As próximas eleições só se prevêem para 2015… até porque acredita que 2013 será um ano de RECUPERAÇÃO ROBUSTA (sempre redundante).
E não garante que o problema fique resolvido com as novas medidas de austeridade?
Ah! Ah! Ah!
A Associação Nacional de Sargentos (ANS) reagiu às novas medidas de austeridade que vão fazer parte do Orçamento do Estado para 2012.
O presidente da ANS, António Lima Coelho, lembra que "há meses atrás, na oposição, Passos Coelho disse a Sócrates, na altura primeiro-ministro, que cortar nos subsídios era um disparate" e acrescenta: "Nós temos de ter memória, não podemos continuar a ser adormecidos com conversas bem ditas" e as novas medidas de austeridade anunciadas por Passos Coelho, "põem em causa os direitos constitucionais e inclusive de soberania" do país, sendo que "o corte dos subsídios é um agravamento de uma situação que já era muito difícil".
Os militares garantem que "estão ao serviço do povo português e não de instituições particulares", e avisam: "Que ninguém ouse pensar que as Forças Armadas poderão ser usadas na repressão à convulsão social que estas medidas poderão provocar".
Sobre um possível endurecimento dos protestos por parte dos militares, a Associação avança que "as revoluções não se anunciam, quando chegam, chegam porque têm de chegar, mas espero que a bem do Estado de direito que nunca um cenário desses se venha a pôr", conclui.
Recorde-se que no mês passado Passos Coelho fez questão de frisar, que "em Portugal, há direito de manifestação, há direito à greve. São direitos que estão consagrados na Constituição e que têm merecido consenso alargado em Portugal", no entanto, avisou o primeiro-ministro, "aqueles que pensam que podem agitar as coisas de modo a transformar o período que estamos a viver numa guerra com o Governo", esses "saberão que nós sabemos dialogar, mas que também sabemos decidir".
Os militares, como todos nós, acreditaram nas promessas, não as esqueceram e querem cobrá-las, como nós gostaríamos, se tivéssemos as “armas” para tal. E não é por eles terem armas mesmo, que conseguirão combater as tais medidas, mesmo que desenhem uma “revolução contra os cravas”, até porque a NATO está aqui bem perto para defender a democracia e o Frank Carlucci ainda está vivo…
A despropósito, José Milhazes, correspondente da SIC em Moscovo, disse na apresentação do seu último livro, que quem travou a tomada do poder pelo PC, durante o PREC foi a URSS, que mandou recado (documento que ele consultou) para que nem pensassem, porque iria gerar um conflito mundial, o que prova que Carlucci é um mito e que Portugal é maior do que o tamanho do seu território…
Se a democracia não é o que estamos a usufruir, o poder militar nada lhe acrescenta, pelo que uma e outra situação nos indigna, mas não queiramos perder a dignidade.

4 comentários:

  1. Gostava que o aviso dos militares fosse consequente.

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  2. Félix da Costa
    No fundo, também gostava, mas... mais valia contratar uns jagunços ou snippers, que era mais convincente.

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  3. Estamos sempre a aprender. Nunca me passou pela cabeça que a URSS travasse o PC na sua escalada até ao poder final. Quanto ao Carlucci...Mário Soares...Lembro-me bem desses tempos.

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  4. maria
    Acho que isto era um segredo de Estado, mas o José Milhazes disse que encontrou esse documento no meio de outros, onde não deveria estar.

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