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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Mais um lusófono no TOP (da investigação médica)

Ronald dePinho
O cancro roubou o pai ao luso-americano Ronald dePinho, mas deu-lhe também o incentivo para se lançar na investigação médica sobre aquela doença e o envelhecimento, que já lhe valeu vários prémios internacionais, embora ainda não o Nobel.
“Dediquei a minha vida a encontrar curas para o cancro e por causa do meu pai trabalho tanto nessa área e no envelhecimento”, disse dePinho, investigador e professor da escola de medicina de Harvard e do Dana Farber Cancer Institute (Boston).
O pai do cresceu “sem oportunidades” no nosso país e após uma experiência mal sucedida no Brasil, aos 17 anos chegou a Nova Iorque como tripulante de um navio e deu o “salto” para a imigração ilegal, mas depois de se alistar para a II Guerra Mundial, conseguiu a cidadania americana.
Regressou a Portugal depois da guerra, onde conheceu a mulher que levou para os Estados Unidos, onde com um sócio, montou uma empresa de construção, que lhe permitiu criar os 5 filhos, que incentivou para os estudos.
“Tive a sorte, como muitas famílias portuguesas, de ter pais tremendamente devotados aos filhos e que realmente apoiam a família. A família em primeiro lugar sempre. Cresci num lar tradicional português, com valores fortes”, disse. “Eram religiosos e ensinaram-nos a trabalhar muito e a sermos respeitadores. São princípios que trago comigo até ao dia de hoje no meu trabalho e me levam a querer contribuir para a Humanidade”, adianta.
Tal como o resto dos familiares, Ronald visitava habitualmente Portugal, onde tinham uma quinta no Furadouro (Ovar), mas o hábito foi-se perdendo. Mais recentemente, retomou algum contacto com Portugal, através do programa de associação da escola de medicina de Harvard com faculdades portuguesas, e surpreendeu-se ao regressar para o simpósio inaugural. “Lembrava-me de estradas de terra batida e uma estrada entre Lisboa e Porto com uma faixa na maior parte da extensão. O país transformou-se completamente, fiquei muito feliz por ver isso”, afirma dePinho.
O investigador faz um balanço positivo do programa Harvard Portugal e realça o “talento notável que há em Portugal”, mas afirma ser necessário que as autoridades portuguesas reforcem o investimento na ciência.
“Se houvesse oportunidades para realmente financiar a investigação, o país teria resultados extremamente bons, porque é um povo trabalhador e esperto. Tem oportunidades de ser tão bom ou melhor do que todos os outros”, adianta.
DePinho recebeu em 2009 o prémio Albert Szent-Gyrgyi para investigação sobre cancro, e em 2007 a medalha de Helsínquia, além de anteriores distinções da American Society for Clinical Investigation.
O seu nome já foi algumas vezes referenciado para o Nobel, e uma colaboradora próxima, Carol Greider, recebeu esse prémio em 2009.
O luso-americano diz-se satisfeito com o reconhecimento que o trabalho da sua equipa tem merecido e diz que o Nobel o deixaria “claramente surpreendido”. “A maior satisfação que tenho é a de ver os meus estudantes e estagiários a fazerem coisas importantes, a contribuírem para a sociedade”.
Ronald dePinho já foi notícia AQUI, em 5 de Dezembro de 2010, por ter descoberto a Fonte da juventude “eterna”, sem que na altura e na referida notícia constasse qualquer indicação sobre a sua origem.
Nos últimos dias tem vindo em letra de forma a mesma notícia, referindo-o como descendente de portugueses e “classificado” como luso-americano.
Independentemente da importância da descoberta, o importante para nós é “ouvirmos” da boca de tão competente investigador dizer uma coisa que nós sabemos, apesar de todas as estatísticas que nos atiram sempre para baixo:
“Se houvesse oportunidades para realmente financiar a investigação, o país teria resultados extremamente bons, porque é um povo trabalhador e esperto. Tem oportunidades de ser tão bom ou melhor do que todos os outros.” Ronald dePinho

2 comentários:

  1. assino por baixo, Miguel. E depois de ter ouvido, hoje, a Ministra da Saúde dizer que em Portugal, que se saiba, ainda nenhum doente oncológico ficou sem tratamento, esqueceu-se de referir que são poucos os que recebem tratamentos de ponta...
    o dinheiro também não chega para tudo, não é?
    ele é preciso para os carros de luxo, para os lugares dos bois e garles, para os vencimentos chorudos a duplicar (PT) e reformas (chorudas)a triplicar, mais o resto é claro....

    porca miséria!
    abreijo!

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  2. Ema
    Afinal estás por dentro dos assuntos...

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