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sábado, 5 de fevereiro de 2011

E cá vai mais um português a “dar cartas” lá fora…

Nascido em Lisboa, Pedro Castelo-Branco licenciou-se em Biologia na Universidade de Aveiro, obteve um doutoramento em Biologia Molecular na Universidade de Oxford, em Inglaterra, e nos últimos anos foi investigador e docente da Universidade de Harvard, nos EUA, onde iniciou a carreira de investigação em tumores cerebrais.
Conforme explicou Castelo-Branco, “os tumores pediátricos neuronais são a maior causa de morbidade e mortalidade em cancro infantil. Isto deve-se à capacidade dos tumores de reincidirem após o tratamento com radioterapias, quimioterapias e cirurgia”.
Os estudos da equipa do investigador português demonstram que “as células estaminais normais, responsáveis pelo normal desenvolvimento infantil, não necessitam da enzima telomerase para a sua sobrevivência”, substância esta que se encontra em células iniciadoras de tumores, pelo que a descoberta abre portas ao uso de inibidores de telomerase, que “inibirão as células cancerígenas sem afetar as células estaminais normais”, explicitou e acrescentou não estar em posição de anunciar os consórcios médicos que serão responsáveis pelos ensaios clínicos, prevendo, porém, que se iniciem em doentes já este ano.
A investigação, que mereceu capa na revista “Clinical Cancer Research” da Associação Americana de Investigação do Cancro em Janeiro, tem “o maior impacto na área da Oncologia Pediátrica, uma vez que esta terapia é específica na erradicação de células tumorais sem afectar o desenvolvimento normal infantil”, elucidou Pedro Castelo-Branco.
Pedro Castelo-Branco está há 2 anos e meio em Toronto, no Hospital “Sick Kids”, no centro de investigação de novos tratamentos para o combate ao cancro infantil, a fazer pesquisa e a ampliar a experiência que adquiriu nos EUA na área dos tumores cerebrais em adultos.
O investigador expressou o desejo de regressar a Portugal no prazo de 2 anos, tencionando iniciar uma “carreira académica e de investigação com reconhecimento dentro e fora do país”. “Em Portugal, existem locais onde se pode fazer boa ciência e uma vontade política de que tal aconteça”, considerou.
“Com a minha ida para Portugal, espero contribuir de forma relevante para o desenvolvimento de novas terapias que participem ativamente no combate às doenças desta natureza”, concluiu.
Não digo diariamente, mas amiúde vão surgindo portugueses a dar cartas pelo mundo fora, em muitas áreas profissionais e das mais inovadoras, como é o caso da investigação.
Para quem está “cá dentro” tem que concluir que os melhores zarparam e que só ficamos os menos bons (para não nos insultarmos), ou então não houve gente cá, capaz de fazer melhores do que o que somos.
Como dizia ontem o luso-americano Ronald dePinho, o português é um povo trabalhador e esperto e tendo oportunidades, pode ser tão bom ou melhor do que todos os outros.
Tivemos azar com os políticos e outros líderes, que não emigraram e que de liderança não mostram as características específicas, não lhes faltando, no entanto, as oportunidades.

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