O professor universitário Joaquim Azevedo defendeu nas jornadas parlamentares do PSD, a criação de uma agência para apoiar e avaliar as escolas, afirmando que “o Ministério da Educação pode ser implodido sem nenhum problema”.
Convidado para um painel sobre a economia social, Joaquim Azevedo manifestou-se a favor da autonomia das escolas em relação ao Estado e pelo fim da “lógica centralista” na política educativa, apontando como exemplo o Reino Unido.
“Nós temos uma administração que só na educação devora um orçamento poderosíssimo. Nós não precisamos dessa administração para coisa quase nenhuma para melhorar a educação. Precisamos para destruir o valor que se cria. Agora, para construir valor, precisávamos de uma agência de apoio às escolas e de uma agência de avaliação, e mais nada”, defendeu o professor e presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa.
“O Ministério da Educação pode ser implodido sem nenhum problema e com resultados muitíssimos melhores para a educação no país. Não há nenhuma dificuldade em fazer isso, desde que seja feito desta maneira. Aliás, é outra maneira de resolver o problema do controlo ideológico e do aparelho de Estado. Também é por aqui que se resolve”, acrescentou Joaquim Azevedo.
Nesta altura, ouviram-se palmas da parte de 1 ou 2 deputados do PSD, que logo cessaram.
Em primeiro lugar, convém dizer que Joaquim Azevedo foi Secretário de Estado da Educação, que fez umas coisas, mas não se lembrou desta solução.
Em segundo lugar, convém sublinhar que os palpites aqui noticiados, foram feitos num painel sobre a “ECONOMIA SOCIAL”, que quer dizer passar para as empresas o papel e os serviços sociais, obrigações do Estado e compreende-se que não diga o contrário do que os promotores querem ouvir.
Em terceiro lugar, defender a autonomia das escolas em relação ao Estado (e eram responsáveis perante quem?), é propor o caos no sector, quer pela impreparação dos actores de cada Escola, quer pela discrepância inevitável entre Escolas, apesar de vir a nascer uma Agência para apoiar e avaliar as escolas (MAIS UMA AGÊNCIA), que não acabaria com a “lógica centralista” na política educativa, antes a reforçaria.
Em quarto lugar, se uma administração que, como na educação devora um orçamento poderosíssimo, segundo o “professor”, devesse implodir, penso que não sobraria nenhum Ministério, mas era preciso que o professor universitário relacionasse os custos e os resultados (sem ser com base em pura contabilidade, ou visão economicista) sociais.
Em quinto lugar, se o Ministério da Educação pode ser implodido sem nenhum problema e com resultados muitíssimo (não é ligeiramente) melhores para a educação no país, era bom que tal tese fosse provada, cientificamente, para não entrarmos no reino do esotérico e como convém a um professor universitário.
Finalmente, o registo oportuno e esclarecedor de que se ouviram palmas da parte de 1 ou 2 deputados do PSD, que logo cessaram, traduz bem o acolhimento da proposta, que é estapafúrdia, ou foi mal explicada, ou foi mal entendida.
Resumindo, defender a simplificação da estrutura do ME, eliminando, ou reestruturando as DRE, reduzindo os funcionários no edifício do ME, centralizando os vários Institutos e quejandos, etc… é uma coisa, implodir o ME é uma bomba explosiva!
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