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sábado, 29 de janeiro de 2011

Cai a máscara aos “empresariozinhos” portugas!

O presidente da Suavecel, empresa transformadora de papel de Viana do Castelo, Nuno Ribeiro, que vai investir em 3 fábricas e criar 140 empregos, diz não entender a razão para pagar uma indemnização no final de um contrato, realçando que “As empresas não são pais de ninguém: as pessoas trabalham e recebem um salário por isso. No caso dos contratos a prazo, não entendo porque é que uma empresa tem que pagar indemnização no final de um contrato de trabalho”, defendeu.

Já disse aqui, que não gosto de nomear ninguém, porque as ideias é que contam, mas este senhor, pelo que disse, merece ficar registado, como “O Grande Educador da Classe Empresarial”, um Arnaldo Matos (MRPP) do avesso.
Como é que um Empresário está no Mercado e na Sociedade, sem ter noção do papel social das empresas e não entende que o seu sucesso, empresarial e económico, depende apenas do somatório das mais-valias que os seus trabalhadores lhe “oferecem”? Um empresário investe “x” dinheiro e recebe “y” a mais do que o que investiu. De onde raio vem o acréscimo?
Por outro lado, a pensar como diz, será que quando ganha algum (das mais-valias) divide alguma coisinha com os seus trabalhadores, ou é tudo para ele? E quando perde, são os trabalhadores que têm que pagar a factura, ou é a empresa que tem que devolver ao trabalhador uma cota-parte das mais-valias acumuladas antes?
É pena que, para se ser Empresário, não seja obrigatória formação específica e Superior, com uma cadeira de Sociologia, para não sermos obrigados a ter que ouvir estas barbaridades, que no caso merece a classificação da “BOCA DA SEMANA”.
Os Empresários, não sendo PAIS de ninguém, também não têm o direito de se arrogarem como os PADRASTOS (à moda antiga) de outros HOMENS!
Com empresários destes, estão os portugueses tramados e Portugal nunca sairá do choça…
O professor da Universidade de Évora Soumodip Sarkar disse hoje não acreditar que a proposta do Governo para reduzir as indemnizações por despedimento ajude a criar emprego, contrapondo que falta maior agressividade das empresas portuguesas.
Questionado sobre se a medida, a avançar, vai ajudar a relançar a economia e a criar emprego, Soumodip Sarkar, especialista internacional em empreendedorismo e inovação, foi perentório: “Não, não acho!”.
“O Estado está a fazer isso [a propor diminuir valor das indemnizações] porque não tem dinheiro. É uma forma de passar a responsabilidade social para as empresas”, frisou.
Contrariando a sentença do Sr. Nuno Ribeiro, vem um especialista internacional nestas matérias e indagado sobre se facilitar o despedimento vai ajudar a relançar a economia e a criar emprego dizer laconicamente: “Não, não acho!”. E ninguém mais acha…
E vem denunciar que, o Estado (1º Setor) tendo pouco dinheiro quer passa a responsabilidade social para as Empresas (2º Setor), que não querendo resolver o problema, apelará à Sociedade Civil (3º Setor), que com voluntariado e solidariedade, há-de arranjar pão para matar a FOME DE JUSTIÇA dos inocentes condenados…
Legislação tem de ser aprovada no Parlamento e passa por um processo de consulta pública
A Confederação da Indústria disse que, se tivesse de elencar 5 grandes constrangimentos à actividade empresarial, as leis laborais apareceriam em último.
A Confederação do Comércio defende que a revisão das leis laborais só faz sentido se for para aplicar aos contratos já em vigor, posição que as Centrais Sindicais rejeitam liminarmente.
O Fundo de Capitalização para indemnizar os trabalhadores que vierem a ser envolvidos em processos de despedimento colectivo ou rescisões amigáveis de trabalho deverá passar na concertação com, pelo menos, o apoio da CIP e da UGT, embora o Executivo ainda não tenha detalhado como o vai operacional.
Ao menos vem a CIP dizer que as leis laborais não são o principal problema das Empresas, mas em contrapartida vem a UGT em contra-mão, aceitar um Fundo que afunda com os direitos dos trabalhadores que devia defender.
O Mundo gira mesmo ao contrário e já ninguém consegue raciocinar dentro de balizas regulamentares, navegando por um “pragmatismo” de que não se conhece o porto de chegada.
Estamos mesmo tramados, com empresários e sindicalistas!

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