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domingo, 23 de janeiro de 2011

A austeridade começa a desempregar Governos

O chefe do Governo da Irlanda, Brian Cowen, anunciou que se afasta da liderança do Fianna Fail, partido no poder, mas continua à frente do Executivo até às eleições legislativas de 11 de Março, confiante de que sobreviverá à moção de censura da próxima semana.
Esta decisão é extremamente rara e leva ao auge vários dias de drama político no país, em que uma tentativa falhada de remodelação governamental quase fez cair o Executivo e forçou a convocação de eleições antecipadas.
O líder dos trabalhistas irlandeses, que propuseram a moção de censura, disse que é “totalmente impossível” que Cowen se mantenha no cargo de Primeiro-Ministro.O líder do Fine Gael, maior partido da oposição, ameaçou também apresentar a sua própria moção de desconfiança, se Cowen não dissolver o Parlamento.
Dentro de uma semana, disse, proceder-se-á à escolha de um novo líder do partido. O ex-ministro das Finanças Micheál Martin confirmou já que é candidato à sucessão na liderança do Fianna Fail, bem como o ministro das Finanças, Brian Lenihan.
Martin é encarado como o favorito na disputa, porque teve a coragem de enfrentar Cowen, quando este submeteu a sua liderança a uma espécie de moção de confiança restrita aos deputados eleitos pela Fianna Fail. Perdeu a aposta nessa altura, mas isso pode valer-lhe agora o partido.
Lenihan, por seu lado, era visto como o sucessor natural de Cowen - embora a sua reputação tenha sofrido bastante nos últimos tempos, devido à crise e à gestão da resposta, que incluiu o empréstimo do FMI.
Afinal, parece que a revolta social a que a política de austeridade tem dado origem, apesar de alguma violência em alguns países, começa a tornar-se mais pacífica, mas com resultados bastante eficazes.
Curioso é que os candidatos ao lugar do PM irlandês sejam o ex-Ministro das Finanças e o actual, um que não viu e conduziu a nação para o abismo e outro que empurrou o povo, com a capitulação deste PM. Mas, entre o Demónio e o Diabo, venham os inocentes e escolham.
Sem ligação directa, mas por motivos idênticos (não vou fazer a lista), já foi na Argélia, agora na Tunísia e na Albânia, seguindo-se…
Na Europa, começa na Irlanda, passa pela Ucrânia, a Itália está à porta e seguir-se-ão… porque:
 “Pode-se enganar todas as pessoas durante algum tempo; pode-se até enganar algumas pessoas durante o tempo todo; mas não é possível enganar todas as pessoas durante todo o tempo.”, Abraham Lincoln.

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