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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Uma segunda resposta à questão do PR: "O que dizem agora?"

Jeroen Dijsselbloem deixa elogios a Portugal, diz que o Governo está por sua conta e deixa alertas para o futuro.
Em entrevista exclusiva ao Expresso, o presidente do Eurogrupo diz que Portugal está hoje melhor do que estava a Irlanda quando optou pela saída limpa. Mas se o país perder o acesso aos mercados, "então já não é um cautelar, é um novo programa", avisa. "O governo português está agora nas suas próprias mãos", alerta Jeroen Dijsselbloem
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Apenas 3 comentários, que me parecem pertinentes:
1 – Vão surgindo, pouco a pouco, respostas à questão colocada aos céticos sobre a limpeza da saída de sendeiro do programa de resgate, colocada pelo Presidente da República: "O que dizem agora?".
No caso, a resposta vem do presidente do Eurogrupo, chamando a atenção para não pensarmos que estamos livres de quaisquer nódoas, que borre a escrita, com a agravante de não estarmos pendentes de um “programa cautelar”, mas de um “novo programa de resgate”, que era o que Cavaco Silva não quereria ouvir…
2 – A única hipótese de nos safarmos do “novo programa de resgate”, é o governo pedir em tempo oportuno, diz-se que a seguir às eleições europeias, um “programa cautelar”, o que nos deixa aquela dúvida sobre a “objetividade” da decisão da “saída limpa”, quando já sabiam que “depois dos resultados das eleições, veremos”…
Pelos vistos, é uma situação bem diferente da que tem sido dada pelo Governo e diferente também daquilo que está implícito no MEE, que era aquilo que o Governo não gostaria que dissessem já…
3 – Corremos o risco, mais uma vez, de com eleições legislativas marcadas para o próximo ano, virem os políticos dizer aos eleitores que tudo vai ficar bem, que vão baixar impostos, gastar mais e que tudo vai ser maravilhoso…
Só se pede honestidade aos candidatos e “olho vivo” aos eleitores...
Concluindo, estaremos em stand by até ao próximo dia 25 de maio e só então teremos (ou não) a reformulação da questão do PR, que se interrogará: "O que vou dizer agora?"…
Até lá o silêncio para (não) influenciar o eleitor…
Portugal continuará a ter via aberta para pedir um programa cautelar depois das eleições europeias, se decidir que a saída limpa está a ficar arriscada. A linha preventiva apenas estará indisponível se o pedido for feito numa altura em que o país esteja sem acesso aos mercados e com problemas de financiamento no momento do pedido.
É uma visão diferente da que tem sido dada pelo Governo, de que no caso de as coisas correrem mal, será sempre possível contar com o apoio da linha preventiva. E diferente também daquilo que está implícito nas ‘guidelines' do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE).
Questionado o MEE e o ministério das Finanças sobre o assunto, não foi possível obter resposta até ao fecho desta edição.
Fonte comunitária disse que o aviso do presidente do Eurogrupo também serve para "passar a mensagem" ao Executivo de que "não pode dar-se ao luxo de esquecer o ajustamento".
É que esse é precisamente o grande receio da Europa e do FMI relativamente a Portugal: com eleições marcadas para o próximo ano e sem consenso político em relação ao pós-troika, o Governo começar a perder força para levar em frente as reformas que ainda faltam fazer e, inclusive, caia na tentação de avançar com medidas que aumentem a despesa pública sem igual contrapartida na receita.
"Assim que as coisas parecem estar a correr um pouco melhor temos tendência para prometer demasiado. Dizemos aos eleitores que tudo vai ficar bem, que vamos baixar impostos, gastar mais e que tudo vai ser maravilhoso. Mas temos de ser honestos", disse Dijsselbloem.

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