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terça-feira, 6 de maio de 2014

Contrariando o presidente da Associação Portuguesa de Bancos

João Ermida, o antigo tesoureiro do grupo Santander, a propósito do lançamento do seu livro ‘O Dono do Mundo’, diz que as regras da banca estão “totalmente transformadas e viciadas” e que existe “um grupo” de pessoas naquele setor que quer enriquecer “rapidamente” e que “lhes é indiferente se há crise ou não”.

Para o antigo tesoureiro do grupo Santander “há uma atitude comportamental no mundo financeiro que não ajuda”. E este grupo, garante, “continua a não querer mudar” a sua atitude.
É este “grupo” que transformou “totalmente” as “regras do jogo” que estão agora “viciadas”.
Sobre o setor bancário, mas de forma mais específica, João Ermida considera a União Bancária um “contributo” importante pois no seu ponto de vista “tudo o que contribua para saber, de forma clara, como é que se vão gerir os bancos e qual será o futuro na supervisão, é positivo”.
Para o antigo responsável global da tesouraria e dos mercados financeiros do grupo Santander e atual consultor da área de aconselhamento financeiro a famílias na Golden Assets, “a governação é fraca”, “o PS e o PSD brincaram com o povo” e no mundo financeiro não houve mudança de comportamentos, o que para ele “maximiza a crise”.
Muito crítico em relação aos partidos e ao governo, João Ermida defende que a governação em Portugal é fraca porque ataca a população mais desfavorecida. Entrevistado, o consultor compara mesmo a governação ao jogo SimCity. “O jogo do SimCity é aquele em que a gente sobe os impostos e a população desaparece, se pensar no SimCity em Portugal, a população que foi mais atacada é aquela que não pode fugir, portanto é um jogo de SimCity que foi falseado”, afirma.
Para João Ermida, o programa de resgate podia ter sido evitado se PS e PSD se tivessem posto de acordo em relação a “quais as medidas que queriam apoiar antes do resgate ter acontecido”. “Os 2 partidos andaram a brincar com o povo”, diz.
“Veja o programa eleitoral de Pedro Passos Coelho antes de ser eleito, é pegar em tudo aquilo que ele disse e dizer: é tudo o que eu prometi, mas é tudo o que não posso fazer”, acrescenta João Ermida.
Na entrevista, o consultor recorda que há 20 anos fez campanhas pelo PSD, mas diz que depois deixou de acreditar na política. “Quando você conhece aquele mundo percebe que é um mundo onde não deve estar, porque não vale a pena”, afirma João Ermida que acrescenta “as pessoas utilizam a política para conseguir um emprego, para conseguir uma posição, para subir na vida e eu acho que subir na vida tem que ser por mérito, não porque andei a colar cartazes”.

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