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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Um pouco de: “Todos contra as mesmas coisas”…

O histórico social-democrata, Pacheco Pereira, definiu-se como "membro de uma minoria em extinção" no PSD e apelou à mobilização de todos "não pelas mesmas coisas, mas contra as mesmas coisas".
Sempre ao ataque, contra o Governo, a troika e o processo de ajustamento da economia nacional, Pacheco Pereira foi corrosivo, falando da Constituição e das funções sociais do Estado: "Ninguém se mobiliza por uma lei, mas por aquilo para que uma lei serve. Ninguém se mobiliza apenas pelo Estado social como uma expressão abstrata, mas pela saúde, pela educação, pela segurança, pela habituação, pela justiça e pela proteção social."
Por isso, lamentou os sacrifícios que estão a ser exigidos aos portugueses. "Se alguns têm mais recursos financeiros não devem ajudar por caridade ou assistência, mas como forma natural de viver em sociedade. As famílias não ajustaram, empobreceram. E já nem comem bife, comem frango. Quando há frango...", atirou, condenando, por outro lado, os milhares de milhões gastos com as PPP e os contratos swap.
Ainda de dedo apontado ao Governo, criticou a forma como tenta agora "desresponsabilizar-se" das medidas que tem imposto ao utilizar como subterfúgio a "perda de soberania" ou a condição de "protetorado".
Pacheco Pereira rejeitou que os participantes na conferência de Mário Soares estejam à defesa na política, contrapondo que estão antes ao ataque contra o discurso de "falsidade" e o cinismo dos poderosos.
"Custa-me a ideia de que o papel dos que aqui estão seja apenas o de defender, como se estivessem condenados a travar uma luta de trincheiras. Não, os que aqui estão não estão a defender coisa nenhuma, mas a atacar a iniquidade, a injustiça, o desprezo, o cinismo dos poderosos", declarou. Na lógica "cínica dos poderosos", segundo Pacheco Pereira, "a vida decente de milhões de pessoas é entendida como um custo que se deve poupar".
"A transformação da palavra austeridade numa espécie de injunção moral serve para um primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho], apanhado de lado pelo sucesso dos celtas [irlandeses] que muito gabava, sorrir cinicamente que a lição desses celtas e da Irlanda é que ainda precisamos de mais austeridade, mais desemprego e ainda precisamos de mais pobreza. O pior de tudo é que ao dizer isso [Passos Coelho] sorri muito contente consigo mesmo", disse.
O ex-dirigente e líder parlamentar do PSD insurgiu-se ainda contra "um discurso de contínua mentira e falsidade". "Um discurso que nos diz como se fosse uma evidência que as famílias ajustaram, as famílias ajustaram e só o Estado não ajustou, como se as 3 entidades fossem a mesma coisa e o verbo ajustar significasse o retorno a uma espécie estado natural das coisas que só o vício de se querer viver melhor levou os portugueses a abandonar", apontou.
Com ironia, Pacheco Pereira reconheceu que, na realidade, algumas empresas até ajustaram nos últimos anos. "Na verdade, pode dizer-se que algumas empresas ajustaram, mas algumas ajustaram falindo", observou.
À falta do discurso na totalidade, ficam alguns registos para todos pensarmos, não pelas mesmas coisas, mas contra as mesmas coisas, a favor da democracia, do cumprimento das promessas eleitorais, da coerência doutrinal, dos direitos constitucionais e dos direitos humanos…
Encontrado o discurso, ei-lo. Pacheco Pereira na Aula Magna

Os frutos da insensibilidade social e humana ou a troca de parceiro pelos mais fortes começam a aparecer com a acidez que se adivinha(va) há muito tempo…
Mais nada!

2 comentários:

  1. Um digno representante da Brigada das Colheres. Esperemos que não falepor despeitoe apenas por valor intelectual genuino. Como fala muito e bem já lhe ouvi este discurso mas contra capangas diferentes. Esperemos que seja pura coincidencia e não calculismo de quem espera um tacho melhor para a proxima mudança.

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    1. Penso que a história pessoal fala pelo seu caráter e é um facto, que juntamente com alguns históricos do PSD, é doa que defendem a social-democracia, como militantes de um partido social-democrata... Coerência!

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