Os tribunais estão a aceitar providências cautelares para travar exames a professores contratados. 9 dos 12 tribunais Administrativos e Fiscais aceitaram as providências interpostas pela Fenprof, contra a prova de avaliação de conhecimentos e competências dos professores. A decisão leva à suspensão temporária dos efeitos dos diplomas e de todos os procedimentos relacionados com a prova. A notícia foi confirmada pelo Ministério da Educação, que adiantou que vai contestar.
Apesar de reformado, não deixo de estar ligado à docência e à contestação de outras medidas, de outros governos, sobre processos maquiavélicos, cujo fito já era a descredibilização da profissão, a menorização dos profissionais e o 1.º abanão no sistema de ensino público em favor do privado. E daí comentar o “Contramaré” de hoje, só para sublinhar algumas incongruências, falácias e incompetências…
Quando os tribunais, na sua maioria (a prova dos 9), encontram irregularidades na determinação de exames para avaliar(?) os conhecimentos e as competências dos professores (através de uma prova escrita), é um primeiro ponto para se pensar que alguém anda a brincar com alguém, ou melhor, que o ministério da Educação para além de não ser feliz nas suas confabulações também não é perfeito na sua concretização…
Quando um ministério, que gere e gera o calendário do ano letivo, marca uma Prova de avaliação para os professores (que) vai adiar (as) notas do 1º período, fazendo coincidir esse exame com um dos dias das reuniões de avaliação, precisa de fazer um exame de avaliação sobre tal desempenho, tão só porque para quem está de fora só pode ser entendido como incompetência, porque distração não justifica…
Quando se está a 1 mês desses exames e os Professores contratados desconhecem ainda (as) regras do exame, pode querer dizer, simplesmente, da pouca importância que o ministério lhe atribui e a falta de rigor científico que se espera, também por ser anedótica tal prova…
Quando se põe a hipótese de se esperar que Mais de 24.000 professores podem chumbar na prova de avaliação e dar aulas para o ano, tal só pode aquilatar a inutilidade de tal exame por não ter consequências imediatas e significar que haverá professores não qualificados que continuarão a exercer a profissão, mas também que os qualificados não terão qualquer garantia de ocupar um lugar para exercer a docência, por muito “qualificado” que mostre ser…
Mas o mais caricato e falacioso que encontramos neste fait divers dos exames de “avaliação” dos professores (contratados) é ouvirmos dizer o ministro Crato: "Nenhum professor qualificado tem de ter algum receio desta prova", simplesmente porque todos os professores fizeram toda a formação que anteriores ministérios, há longos anos, entenderam ser curricularmente necessário e suficiente para serem certificados, oficialmente, com a qualificação de professor.
E assim sendo, quando o Presidente dos politécnicos diz que (a) prova de avaliação dos professores descredibiliza as instituições formadoras, só tem razão e deve desmoralizar todos os professores que formam professores, qualificando-os, sem exames de avaliação, como incompetentes…
Bom, por muito que se dissertasse sobre mais esta aberração nada científica, teríamos que chegar a uma conclusão muito simples para concordar com ela, que seria a de sujeitar, mesmo a posteriori, todos os ministros, secretários de Estado, assessores e demais amadores da política, que não dão garantias de possuírem os conhecimentos e as competências exigíveis para o desempenho dessas funções…
Embora fora do contexto, mas tendo em conta que os Reitores cortam relações com o Governo, acusando o Ministério da Educação de falta de diálogo e de faltar à palavra no que toca aos compromissos assumidos para o Orçamento do Estado, estamos conversados sobre o âmago destes “problemas”, que andam à volta de cortes, de uma maneira ou de outra…
Contextualizando, e tendo em conta que a Prova de avaliação de professores pode render 1.500.000 (euros) ao Estado, é matemático que qualquer desqualificado é capaz de adivinhar a qualificação académica deste ministro…
E toda a gente a pensar que íamos ter um ministro da EDUCAÇÃO…
Quem o ouviu e quem o vê!
E ainda por cima há greve...
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