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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Podem 3 homens ter razão contra tudo e contra todos?


Após uma maratona de 14 horas de negociações em Bruxelas, o presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, garantiu que Portugal vai beneficiar da melhoria de condições de crédito oferecidas à Grécia.

Na prática os países que estão sob ajuda financeira internacional, ou seja Portugal e Irlanda, vão ter uma extensão das maturidades dos empréstimos e uma redução das comissões pagas pelos empréstimos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira à Grécia.

Ouvidos analistas e economistas e, contas feitas, a opinião é unânime: Portugal ganha mais tempo, passa a ter menos pressão para reembolsar os credores e vê reduzido o encargo com os custos de financiamento. No entanto, fica a nota de que Portugal poderá voltar a ficar associado ao problemático caso da Grécia.

Quais as vantagens para Portugal

"Melhorando as condições do empréstimo isso facilita a vida ao devedor", afirmou João César das Neves, ao mesmo tempo que o economista deixou claro que não é "de todo irrelevante" o montante que representará para Portugal a redução de juros e comissões.

Inevitável foi o adjetivo escolhido por João Duque para explicar "a extensão do período do empréstimo". O economista considerou que "só brincando é que se poderia imaginar que Portugal estaria em condições de reembolsar nos anos mais próximos as dívidas em causa, e que foram agora acordadas com o FEEF, e que, recorde-se, foi feita em cima de volumes já anteriormente contraídos que estavam muito elevados".

Para Eduardo Silva, o alívio para a Grécia "representa um voto de confiança". O account manager da corretora XTB defendeu que "qualquer alteração para diminuir os custos de financiamento é significativa para o desenvolvimento sustentável", pelo que "esta medida é uma indicação de que estamos a evoluir positivamente".

Já Ricardo Marques, especialista de dívida da IMF, sublinha que "vamos ter mais tempo, juntamente com uma redução dos juros das comissões".

Para Pedro Cosme, "a esperança é conseguir refinanciar a dívida vencida continuamente". Além disso, o economista argumenta que "o acordo sobre a extensão do prazo é a materialização da certeza de que Portugal apenas atingirá o objetivo dos 60% da dívida pública daqui a cerca de 30 anos".

David Schnautz, por seu turno, salienta que "para os países que estão a sair dos seus programas da troika, como é o caso de Portugal e a Irlanda, estas são boas notícias", e explica porquê. "Se precisarem, estes 2 países podem ter a certeza que vão conseguir obter mais ajuda, uma vez que os resgates da zona euro estão desesperadamente a precisar de histórias de sucesso", disse o estratega de dívida do Commerzbank.

Já o analista do Intensa Sanpaolo, Luca Mezzomo considerou ser razoável "que as condições financeiras para Portugal e para a Irlanda possam ser atenuadas no futuro, mas não me surpreenderia ver um adiamento do pagamento do juro e um prolongamento do calendário de pagamentos como o acordado para a Grécia".

O que ganha Portugal

"Ganha folga de tesouraria e apoio financeiro, e ganha tempo para poder ajustar os seus produtos aos mercados exportadores a que aspira", enumera o economista João Duque.
Já Eduardo Silva considerou que "as poupanças são substanciais e o prolongamento do prazo representa uma maior folga a curto prazo para se poder executar políticas de desenvolvimento".

De acordo com o account manager da XTB, "o mais importante é recuperar a confiança para poder voltar o quanto antes aos mercados obrigacionistas de longo prazo. Neste momento, estas medidas são simbólicas mas a médio prazo é a diferença entre estarmos associados ao caso problemático da Grécia ou ao bom exemplo que é a Irlanda".

O especialista em dívida da IMF salientou que "apesar de termos mais tempo, no final vamos pagar mais em juros", mas argumenta que "no curto prazo alivia em termos de juros e amortizações".

"Mas mais que o valor da redução, o mais importante é que estas medidas vão retirar pressão a Portugal. O país ganha tempo e poupa juros no curto prazo", acrescentou Ricardo Marques.

Já o economista Pedro Cosme sublinhou que "é a oferta da oportunidade de Portugal e demais países resgatados recomeçarem de novo. Agora, Portugal tem uma década livre para, sob observação dos nossos parceiros, se concentrar nas reformas estruturais necessárias para equilibrar as contas externas e anular o défice público".

David Schnautz, estratega de dívida do Commerzbank, vai mais longe ao afirmar que "por estarem a cumprir os seus respetivos programas de ajustamento impostos pela troika, tanto Portugal como a Irlanda estão em boas posições para também negociarem termos menos agressivos".

Luca Mezzomo sublinha que "neste momento, o principal benefício é que a zona euro aceitou eventualmente a ideia de um alívio da dívida, afastando-se das condições punitivas absurdas aplicadas aos países mais fracos""Isto torna menos provável um incumprimento desordenado, algo que os investidores têm vindo a temer. Além disso, o atenuar das condições financeiras concedidas à Grécia poderão originar um movimento semelhante para Portugal", acrescentou o analista do Intensa Sanpaolo.

Já João César das Neves levanta uma dúvida: "Como a Grécia está aflita, precisa de muita ajuda, e nós ganhamos por tabela, devido à regra (aliás tonta) de aplicar as mesmas condições a todos. A questão é saber se este corte chega para resolver a questão da dívida grega. Se forem precisos mais, será que nós também os teremos? Parece que sim", alerta o economista. "Portugal ganha por um lado e perde por outro. Ganha no alívio da dívida. Perde por ser identificado com a Grécia, o que pode levar os nossos credores a adiar o nosso acesso ao crédito", acrescentou o economista.
E pronto! Estão todos de acordo que é bom para Portugal, “ter mais tempo e mais dinheiro” e para aliviar a vida dos portugueses, que estão a pagar o que não devem, mas era capaz de dar muito trabalho alterar o OE2103 e seria uma vergonha para Gaspar reconhecer que perdeu a fé que tinha…
Já é doentia a atitude de Gaspar (o nº 1) ou então quer provocar uma saída do inferno em que nos meteu…
Afinal era a brincar!
Eurogrupo recusa aplicar pacote grego a Portugal
Para os pantomineiros, que dizem que estamos melhor, nada melhor do que os gráficos de que Gaspar tanto gosta, para nos convencermos de que deveriam limpar as mãos à parede…
Vejam o Antes e o Depois do “Resgate”, em Portugal e nos outros países intervencionados, incluindo a Espanha que ainda não foi:

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