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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Portugal? O país em que o PM que se chama Gaspar?

A conselheira da Comissão Europeia, Maria João Rodrigues, está convencida de que os parceiros europeus não têm a noção das dificuldades que Portugal atravessa porque o Governo não os informa e considera que falta ao Executivo uma atitude combativa na Europa, defendendo, por isso, um papel mais ativo do Presidente da República.
Sobre a austeridade, a antiga ministra do Emprego mostrou-se convicta de que há “folga” para aliviar os portugueses e afirmou que os parceiros desconhecem os efeitos do programa de ajustamento.
“Uma boa parte das elites europeias, para não falarmos da opinião pública em geral, desconhecem que este programa está já a atingir a capacidade de sobrevivência normal numa parte da população portuguesa e está e a destruir a capacidade que o país, entretanto, tinha construído, em linha com a estratégia europeia de crescimento e que agora está a regredir”, sublinhou.
Tendo vontade de acreditar no que diz a conselheira da Comissão Europeia, é fácil acreditar que realmente os parceiros europeus (elites e opinião pública) não tem a noção das dificuldades que estamos a passar, porque seria o mesmo que os classificar de “gasparzinhos”, frios, gozões e ineficazes…
E mais fácil é acreditar que o Governo não os informa, ou melhor, informa-os da paisagem que avistam dos gabinetes e pela boca de Vítor Gaspar (ao DOTOR, que não conhecem, ninguém liga) nas palestras por todo o mundo, pelos seus gráficos acinzentados e pela calma convincente com que disfarça a miséria…
Também é fácil acreditar que o Executivo é frouxo, medricas e subserviente, simbolicamente registada no “muito obrigado” sussurrado por Gaspar ao ministro das finanças alemão e na prática pela ausência de PPC nas cimeirinhas dos atrapalhados, para não enfurecer a Da. B(r)anca…
Já não é fácil acreditar que este Presidente da República tenha outro papel, mais ativo do que o que tem tido, com homilias de vez em quando e alguns recados no Facebook…
Mais fácil ainda de acreditar (até por nos convir) é que as folgas que poderiam aliviar as medidas de austeridade, existem, tem que existir, porque sabemos todos (e Vítor Gaspar seguramente) que um programa que conduz a maior parte da população portuguesa a viver ao nível da sobrevivência e destrói a capacidade de o país criar riqueza para poder levantar a cara, pagando devagar e bem, não pode assentar nas tretas da inevitabilidade, na chantagem da falta de alternativas e na contradição dos vendilhões de matrizes ideológicas dos partidos…
Finalmente, temos que acreditar que a conselheira da Comissão Europeia não tem aconselhado bem o Zé Manel, que sabe como deixou isto e por que deixou e afinal ele é o suprassumo da Elite europeia…
Maria João Rodrigues tire umas fotos “realistas”, faça uns vídeos com entrevistas à classe média (a pobreza já não impressiona) e espalhe na sua página do FB (não seja antiquada) para informar os nossos parceiros da monstruosidade que estão a permitir (sem saberem)…
PS – Não entreviste o Vítor Gaspar, nem o Passos Coelho.

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