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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Para evitar o “burnout” só com um rapidinha na ULHT

Além do caso Relvas, a Inspecção analisou 350 processos de equivalência na Lusófona. Cerca de metade (48,6%) concluiu o curso em menos de 1 ano, havendo até registo de um caso em que se atribuiu a licenciatura em 24 horas, 3 casos de alunos que tiraram o curso em 20 dias, 8 entre 3 a 6 meses e ainda 11 de entre 1 a 2 anos, segundo o relatório.
O ministro da Educação e Ciência Nuno Crato obrigou ontem a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) a reavaliar todas as licenciaturas que foram atribuídas com recurso à creditação profissional. A instituição de ensino superior privado tem agora 60 dias para verificar todos os antigos processos e, no caso de irregularidades, poderá até anular os graus académicos já atribuídos, onde se inclui o de Relvas.
Apetece prometer ir a Fátima a pé se tal risco viesse a concretizar-se…
E perante este “take away” de canudos e tendo em conta o tempo que o DOTOR “vai estudar” teve que estar na bicha, há outros dotores que o ultrapassaram… E para sermos coerentes devíamos exigir os nomes dos “mais espertos que o DOTOR”, para o homem não ficar tão negro nas fotografias e sentir-se mais à vontade (será possível?) quando agora lhe põem um microfone à frente…
Em contrapartida, nenhum deles deve sofrer de burnout, como os estudantes universitários normais (que não beneficiam de genialidade), o que lhes permite exercer as missões que lhes foram confiadas, com muito empenho e o máximo de autoestima…
Os estudantes universitários portugueses trabalham em média 40 horas por semana e, mesmo assim, vivem angustiados por estarem longe de atingir as metas traçadas inicialmente.
Sentem ainda que o seu esforço não vai servir de nada quando chegar a hora de procurar um emprego.
O rendimento académico está a baixar, levando-os por vezes a recorrer a drogas e álcool.
Os alunos universitários de Lisboa apresentam níveis elevados de exaustão física e emocional e estão também desmotivados.
O estado de alma no meio académico reflecte-se no estudo do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) “Burnout em Estudantes Universitários: Determinantes e Consequências”.
Os resultados são preocupantes mas nem por isso surpreendem os autores do estudo, uma vez que estamos perante uma crise económica: “Há um sentimento generalizado nas famílias e nos estudantes de que é cada vez mais difícil cumprir com os compromissos financeiros. As próprias universidades e politécnicos estão a cortar nas despesas e a aumentar as propinas. A subida do índice de desemprego ou a emigração de jovens qualificados são factores que ajudam a explicar este sentimento de frustração.”
A crise, contudo, não justifica por si só toda essa angústia que invadiu o meio académico de Lisboa. A carga de trabalho também subiu e a explicação mais imediata está no novo paradigma de ensino que o modelo de Bolonha trouxe a partir de 2006. “Os estudantes relatam que têm em média 6 trabalhos para as 6 cadeiras semestrais, que consomem 40 horas de trabalho por semana.” Esta é aliás uma das razões para mais de metade dos alunos reconhecer que não consegue dar resposta ao volume de trabalho que lhe é exigido.
O (síndrome de) burnout entre os estudantes é um fenómeno pouco conhecido ou investigado, estando sobretudo associado a profissões de ajuda como médicos, professores, polícias ou bombeiros e foi dessa lacuna, que nasceu a necessidade de fazer este estudo, conta o investigador do ISPA que está convencido de que o esgotamento nos universitários tem consequências tão graves como as que surgem nas outras profissões desgastantes, ou seja, mais tarde ou mais cedo surgirá a tentação de abandonar um projecto de vida ou mergulhar nas drogas e no álcool.
E já chegava a crise, mais as perspetivas de um futuro negro para a entrada no mundo do trabalho para quem chegar mesmo a Licenciado (mesmo com 3 anos de trabalhos), mais o processo de Bolonha, que não aumenta conhecimentos, mas aumenta o esforço e despesas (para quem quiser continuar) para no fim se correr o risco de se cair nas drogas e no álcool…
Das drogas, não sabemos o preço, mas não tem IVA, mas do álcool ninguém escapa, a não ser que seja de contrabando, como as drogas…
Droga de vidas(s)! Mais vale ir para a ULHT (que não é droga nenhuma)…
Imagem da capa do “i informação”

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