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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Até Jacques II de Chabanes sabia disto antes de 1525...

Estónia, Luxemburgo e Finlândia são as únicas economias da zona euro com défice abaixo de 3% e dívida inferior a 60%. Além destes, na UE, apenas mais 3 países respeitam os limites do Pacto de Estabilidade:  Bulgária, Dinamarca e Suécia.
Há, no entanto, dentro e fora do euro, casos de países que respeitam um dos dois critérios como acontece, por exemplo, com a Alemanha que teve um défice de 0,8% no ano passado mas viu a dívida ascender a 80,5% do PIB. Olhando apenas para o critério do défice, contam-se 17 países da União acima dos 3%. Dos 10 'bem comportados', 7 são da zona euro.
No conjunto, as contas dos países da UE e da zona euro agravaram-se substancialmente desde 2008. Nesse ano, o défice dos países da moeda única foi de 2,1% e a dívida estava em 45% do PIB. Em 2011, os valores foram de 4,1% e 87,3%. No caso dos 27 da União, o défice passou de 2,4% para 4,4% nestes 3 anos com a dívida a engordar de 62,2% para 82,5%.
Entre os países com a evolução mais desfavorável nas contas destacam-se os três já resgatados - Grécia, Irlanda e Portugal - e também Espanha que tem estado na ribalta com o resgate light à banca. No caso espanhol, o Eurostat reviu o défice em alta no ano passado para 9,4% do PIB, o mesmo valor que a Grécia, com a dívida a subir para 69,3%. Trata-se de um salto de quase trinta pontos percentuais desde 2008. No caso da Irlanda, que era outro país com reduzida dívida antes da crise, o salto foi de 44,5% do PIB para 106,4%, embora inclua o resgate aos bancos.
Para Portugal, o gabinete de estatísticas europeu confirmou as contas do INE, ou seja, um défice de 4,4% do PIB (conseguido com a receita extraordinária da transferência dos fundos de pensões da banca) e uma dívida de 108,1%.
Quer dizer, dos 17 países da zona euro apenas 3 respeitaram os limites máximos para o défice (3%) e para a dívida pública (60%) previstos no PEC e dos outros 10 países que não adotaram o euro também só 3 cumpriram as metas “obrigatórias”…
Dos infratores, 14 da Zona Euro e 7 da UE com moeda própria, uns cumpriram apenas um item e só 4 (da zona euro) passaram os dois riscos contínuos, onde se encontra a Grécia, a Irlanda, a Espanha e claro, Portugal.
Registe-se que a partir de 2008, com a explosão da bolha americana e os efeitos colaterais, todos os países da UE, dentro ou fora do euro levaram por tabela, o que indicia mais causas externas do que internas e que não foi só Portugal (e não os portugueses) a viver acima das suas possibilidades…
Apesar de sabermos que quase todos os países da UE passam por medidas corretivas, que não se podem chamar de austeridade, não se percebe por que uns são mais tramados do que outros, quando as multas deviam ser proporcionais.
No que a nós diz respeito e tendo em conta os elogios que nos fazem de fora pelos resultados conseguidos com os apertos a que fomos sujeitos em 2011 e bem ampliados em 2012, mas constatando-se que afinal a dívida (em 2011) estava em 108,1% e que em 2012 se ultrapassará os 120%, para que raio nos vão apertar mais? E pondo já de lado o défice que aumentou e a taxa de desemprego que disparou, apesar de La Palice (Jacques II de Chabanes) já saber há muito tudo isto e o nosso PM só o ter descoberto na semana passada…
E viva o Euro e a União, que não nos dão nada e ainda nos tiram o pão!

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