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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Em defesa da transparência e legalidade de processos!

José Maria Ricciardi admitiu ter telefonado ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho "para falar sobre as privatizações em curso" e considera que não há nas conversas que teve com vários ministros qualquer ilicitude ou irregularidade.
O presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI) admitiu, em comunicado, que telefonou "a vários membros do Governo" para discutir o tema das privatizações. Nos telefonemas, não há qualquer "ilicitude, irregularidade ou sequer censura", argumenta Ricciardi.
O Governo atribuiu a supervisão das privatizações a uma consultora norte-americana, a Perella, por ajuste direto, o que terá desagrado ao presidente do BESI e que telefonou a expressar "discordância" como a forma como o processo foi conduzido, considerando que deveria ter sido decidido "através de concurso público".
O ministro Miguel Relvas foi escutado, no âmbito do mesmo processo, numa conversa com José Maria Ricciardi.
O presidente do BES, Ricardo Salgado, é outro dos apontados como alvo das escutas do Ministério Público no caso "Monte Branco", que envolve 4 banqueiros portugueses e suíços e um cambista. Os 5 foram detidos em maio pelo DCIAP, por suspeita de fraude fiscal e branqueamento de capitais, ficando 3 em prisão preventiva e 2 libertados sob caução.
Mais uma vez se tenta lançar insinuações sobre pessoas com direito ao bom nome e antes de qualquer incriminação, embora no caso seja o próprio (Ricciardi) a julgar-se e a inocentar-se, o que é mais do que natural, até por informar de imediato ter sido o autor do telefonema ao PM e a vários membros do governo (o que já não se justificaria).
Bem vistas as coisas, até é de louvar a preocupação que demonstra com o problema das privatizações (tal como todos nós), mas sobretudo com a discordância da atribuição da supervisão das mesmas, feitas por ajuste direto com uma consultora, quando tal devia ter sido por concurso público, o que também todos defenderíamos.
Afinal, o que estava em jogo era a transparência de processos, que o governo e principalmente Miguel Relvas não se cansam de acentuar, e que no caso terá sido interpretado pelo presidente do BESI como uma distração e daí a razão dos telefonemas, só para lembrar. Tudo muito simples!
O único azar ou mal entendido reside na coincidência de os telefonemas colidirem com a investigação do “Monte Branco” e das ligações que imediatamente fizeram os mal intencionados…
Para travar os mal entendidos, a nova PGR já veio ilibar PPC (embora ninguém o tenha acusado de nada) e mais não fez do que a sua obrigação e com a rapidez exigível nestas situações. Já chegava de “deixa andar” como no passado recente…
Se o processo “Monte Branco” tiver a mesma rapidez (e nada haverá a impedir), brevemente teremos conclusões e o veredicto final, em nome ainda da transparência e licitude.
Para confusão e nosso desassossego já chega o molho de más notícias com que os jornais nos brindam todos os dias, que bem podíamos chamar de “Monte Negro” e que também merecia um outro tipo de investigação, mais de caráter económico e com fundamentos “científicos”…
Agora a coisa vai!

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