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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

De novo, a voz do “exorcista” dos nossos “diabinhos”

O bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira classificou de "ataque atroz aos trabalhadores" as medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro e disse ser altura de dizer "basta".
D. Januário Torgal Ferreira referiu que o que o "escandaliza" é a "falta de justiça social", observando que com estas medidas se "assiste a um ataque atroz aos trabalhadores em nome da equidade" e mostrou-se ainda escandalizado com a desproteção da população mais vulnerável, incluindo os jovens, numa altura em que grassa o "desânimo e o protesto".
D. Januário Torgal Ferreira criticou também o "solilóquio" de Passos Coelho no Facebook, a tentar justificar como cidadão as medidas anunciadas, desafiando o primeiro-ministro a debater ideia em "diálogo aberto" e não desta forma.
"Não é com austeridade que se salva o país"
Nas palavras do bispo das Forças Armadas, "não é com austeridade que se salva o país" e "se o primeiro-ministro vai em frente, deixa o país fortemente desgraçado", ou melhor "uma parte do país".
Disse ainda, que Passos Coelho deve explicar ao país por que razão disse "basta" ao PEC4 durante o Governo de José Sócrates, e "agora assina tudo" para que Portugal receba dinheiro.
D. Januário reiterou a sua preocupação com a corrupção, alertando que "há corrupção moral, não há valores, não há ética, nem valores", havendo apenas uma "vontade decisiva de grupos alimentados pela vontade de quem julga que é Imperador".
Quanto ao papel do Presidente da República, considerou que o atual silêncio do PR resulta da estratégia de um homem que é "naturalmente calado e silencioso" e que entende que os "silêncios são eficazes". Notou, contudo, que o PR é a "última entidade salvadora" e que Cavaco Silva deverá saber o "que dizer e fazer" após o muito que afirmou antes sobre a questão dos cortes salariais e os sacrifícios impostos aos portugueses.

Foto de João Carlos Santos

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