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sábado, 26 de maio de 2012

Reflexão para o Relvas… 26 maio

O governo PSD/CDS orgulha-se de trilhar um caminho diferente daquele que foi seguido pelo PS ao longo dos últimos anos. Só lhe fica bem.
Mas quando se trata da comunicação social, o novo caminho é extraordinariamente parecido com o antigo – e instala-se aquela desagradável sensação de que só mudaram as moscas. Depois do caso "Mário Crespo correspondente em Washington", depois da nova ERC, depois do caso Rosa Mendes, agora temos Miguel Relvas em conflito com o ‘Público’. Com esta novidade: uma direcção editorial de um jornal respeitável a afirmar preto no branco que uma jornalista sua foi ameaçada por um dos principais ministros do governo, para mais com a tutela dos media.
A resposta de Relvas ao caso é de tal forma canhestra que cheira a confissão:
1) O próprio admite que andou aos gritos com a editora da jornalista, o que é inadmissível num ministro com as suas responsabilidades;
2) As perguntas que lhe estavam a ser feitas eram perfeitamente legítimas, e se de alguma coisa o ‘Público’ pode ser acusado é de considerar que as evasivas do ministro não eram notícia (claro que eram);
3) O protesto contra o "jornalismo interpretativo" é de um assustador analfabetismo – se não for interpretativo, não é jornalismo;
4) Tanto nervosismo por parte de Relvas – ele diz que se sentiu "pressionado", coitadinho – levanta as maiores suspeitas: muitas histórias sobre as secretas ainda devem estar por contar.
Juntando os pontinhos, não restam grandes dúvidas: isto cheira a método socrático por todo o lado. E esse é um odor que o país dispensa bem. Este caso aconteceu há 7 dias. Há 7 dias que Miguel Relvas deveria ter deixado de ser ministro.
João Miguel Tavares

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