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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Competitividade em troca da coesão social do Estado?

A incapacidade para implementar reformas estruturais é, para Pedro Ferraz da Costa, um dos problemas permanentes do país e que resulta, segundo o empresário, da ausência de ligação entre a classe política e a realidade das empresas.
"Há 20 anos que há [incapacidade para resolver os problemas que afetam as empresas]. Temos uma geração de políticos que veio das jotas e que o que conhece é a conversa de bastidores da Assembleia da República e pouco mais do que isso" sublinha o empresário.
Mas Pedro Ferraz da Costa diz também que esta geração de políticos está habituada "a intermediar, uns de uma forma mais séria, outros de uma forma menos séria, os grandes negócios do país, mas não a atividade económica das empresas de dimensão média que são, por exemplo, as que fazem o sucesso económico da Alemanha".
O presidente do Fórum para a Competitividade lembra que, para além desta realidade, Portugal tem uma classe política com uma formação de base muito jurídica, focada na autoridade do Estado e muito pouco favorável aos agentes económicos.
"É uma coisa que vai desde o Bloco de Esquerda até ao CDS quase por igual, há uma desconfiança enorme em relação à iniciativa privada", lembra Ferraz da Costa e é esta desconfiança que faz com que "tudo o que sejam reformas que liberalizem e que façam com que o Estado saia desses setores e as pessoas se possam reger por regras normais que existem na generalidade dos outros países europeus" seja "muito difícil".
"Há da parte do Governo uma incapacidade para perceber o que é que é importante para os agentes económicos. Aliás, não há no Governo praticamente ninguém que tenha qualquer experiência nessa área", sublinha Ferraz da Costa.
O presidente do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, diz que os ministérios da Agricultura e da Economia “estão a ser uma grande deceção” num Governo com nota globalmente positiva, mas que está atrasado nas reformas estruturais e são esses dois ministérios os que estão mais perto da atividade económica.
O antigo líder da CIP elogia a coragem do ministro das Finanças e do primeiro-ministro e a inversão de rumo operada no país, mas critica os ministérios setoriais, nomeadamente “a Agricultura e a Economia”, por as coisas andarem “devagaríssimo”.
Antes de mais, temos que ter em conta que Pedro Ferraz da Costa é um ícone do nosso empresariado, o que não abona nada em seu favor e delimita a sua visão do mundo e de Portugal às fronteiras dos interesses que defende. Basta ler as suas MEDIDAS CONCRETAS PARA SAIR DA CRISE, em 2/11/2010, para se concluir da volatilidade dos seus palpites e convicções, reclamando para si a representatividade dos empresários e negando aos Sindicatos a representatividade dos trabalhadores…
Mas nem tudo que diz é reprovável, mas nem tudo é coerente, ou será…
Como todos os que falam em reformas estruturais querem dizer lixar os “baixinhos” e defender os mais “altos”, PFC justifica o não se ir mais longe por ausência de ligação entre a classe política e a realidade das empresas, além de não provar o que defende, poderia e deveria redundar no contrário, sociológica e democraticamente falando.
Tem razão quando diz que temos uma geração de políticos que veio das jotas, com uma formação de base muito jurídica e o que sabem vem-lhes das conversas de bastidores da AR, focada na autoridade do Estado (pois claro!) e muito pouco favorável aos agentes económicos (era o que faltava), sobretudo das empresas de dimensão média, as que fazem o sucesso económico da Alemanha (e na maioria dos países ricos, dizemos nós)…
Ainda é verdade que há uma desconfiança enorme em relação à iniciativa privada, mas pondo de parte a defesa de ideologias e práticas económicas, os factos, sobretudo os mais recentes, só provam que foi o setor privado que gerou o “monstro” e que o Público e os cidadãos é que pagam a (in)competência e a salvação propalada. Agora imagine-se (e há algumas gente que defende) que as tais reformas fossem para liberalizar os setores da responsabilidade do Estado, que PFC diz existirem na generalidade dos outros países europeus (quais?), os seus objetivos seriam mais facilmente atingidos (e os outros que se amanhassem)…
Esquece-se PFC que o Governo não é eleito para satisfazer o que é importante para os agentes económicos, mas para satisfazer condições de vida, digna, para os seus concidadãos, que através do seu trabalho e mais-valias fortalecem as empresas, que devem complementar o papel estatal, ao contrário das teorias baratas que se vão pregando dos púlpitos...
Contrariamente ao que é reproduzido na primeira notícia, o presidente do Fórum para a Competitividade (livre concorrência e riscos sem subsídios estatais) dá nota positiva ao governo do jota, elogia a coragem de o ministro das Finanças e do primeiro-ministro (o jota) terem confiscado os Funcionários Públicos e aposentados e critica os ministros da Agricultura e da Economia (os mexilhões), provavelmente por não empurrarem os agentes económicos (empresários) com algum subsídio para “aumentar a competitividade"…
Só concordo, em parte, com o andarem devagaríssimo, porque estão mesmo parados, a preencher umas cruzinhas para apresentarem a prova de exame à troika…
Portugueses, somos todos!

2 comentários:

  1. Só está dececionado com estes dois? Mexe com sua excia? E o povo, pá? Cheiiiiinhos deles todos!
    Estamos entregues à bicharada!!Estamos f******!

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    1. Esta múmia já nem vê o povo. É só para eles, um subsidiozinho e viva a concorrência e a competitividade! Os agentes económicos (os empresários) pelos vistos é que trabalham e são eles que fazem a riqueza... O resto assobia e vai de férias...
      Que se reforme e dê 2 meses do dele!

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