As mulheres ganham em média menos 18% (181 €) do que os homens. O seu salário base mensal é em média de 822,7 €, ao passo que o deles é de 1.003,7 €. Se for tido em conta o ganho médio mensal, a diferença é ainda maior, atingindo os 21,6%.
Mas as diferenças não existem apenas ao nível da remuneração: apesar de ganharem menos, elas trabalham mais tempo do que eles. A sua carga horária semanal no emprego é em média de 39 horas, ou seja, menos 2 horas do que os homens. Mas elas juntam-lhes em casa mais 16 horas de trabalho doméstico, neste caso não remunerado.
Os homens também trabalham mais 2 horas e 45 por semana, em média, para lá do seu horário de trabalho, mas neste caso é trabalho profissional remunerado.
Estes são dados de um estudo elaborado pela CGTP, com base em dados do INE e do Ministério do Trabalho, que apresentado numa conferência sobre o combate às desigualdades entre homens e mulheres, no que diz respeito ao trabalho.
Ainda segundo este documento, a taxa de actividade feminina é de 56%, menos 11,9 pontos percentuais do que a taxa de actividade masculina, que é de 67,9. As mulheres representam 47,3% da população activa e 47% do emprego total.
As mulheres representam a maioria dos trabalhadores que auferem o Salário Mínimo - 12,3 %, enquanto para os homens essa percentagem é de 5,9 %.
Nas pensões, as diferenças mantêm-se: as das mulheres recebem pouco mais de metade que os homens.
Outro dado apresentado no estudo prende-se com o trabalho por turnos, ao fim de semana e à noite: nos últimos dez anos a percentagem de mulheres a trabalhar com esse tipo de horário subiu de 30% para 40%.
Parece que nada mais se pode dizer perante estes números, que traduzem uma realidade, que por sua vez traduz DESIGUALDADE.
Até parece uma questão de desigualdade de géneros (como agora se diz), mas o que fica no ar é uma questão e que perguntarmo-nos para quem vão estas diferenças de salários? Por outras palavras, se eu conseguisse montar uma empresa só com mulheres, era capaz d ganhar mais algum…
Como tudo, tudo se resume à economia, mas cada vez mais às finanças, como é o caso abaixo.
O diploma do CDS-PP que propunha uma actualização das pensões mínimas, sociais e rurais ao nível da inflação foi ontem chumbado no Parlamento, depois de o PSD ter optado pela abstenção.
O deputado Adão e Silva, do PSD, argumentou que quando o partido chegar ao Governo “não haverá recurso a medidas que afectem as pensões mais degradas ou as reformas”.
O líder do CDS-PP, Paulo Portas, concluiu que o PSD anda por maus caminhos e avisa que “subir impostos é aumentar a recessão”.
“Defender os privilégios inaceitáveis dos gestores públicos, que têm salários injustificados e prémios exagerados que não têm nada a ver com a gestão das empresas e os seus resultados, é indecente e vocês fizeram-no ontem. Estar aqui a permitir que pensões mínimas, sociais e rurais, de valores tão baixos fiquem congeladas, não é um bom sinal”, acusa Paulo Portas.
PCP e Bloco de Esquerda votaram a favor da proposta do CDS-PP. O Partido Socialista votou contra o descongelamento das pensões mínimas em 2012 e 2013.
Pelo andar da carruagem, PP já devia ter consciência da virtualidade da proposta, hoje e ainda mais no futuro próximo (e relativamente longínquo para os pensionistas).
Mais uma DESIGUALDADE, não de género, mas de geração…
Mulheres Protestando - Di Cavalcanti - 1941
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