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domingo, 20 de março de 2011

Reformar-se ou trabalhar para além do tempo? Venha o diabo e escolha!

Numa altura em que o Governo se prepara para reduzir os custos com indemnizações por despedimento, a OCDE conclui que os trabalhadores portugueses têm poucos incentivos para continuar a trabalhar para lá da idade de reforma. E como as suas pensões estão ligadas à evolução da esperança de vida, cresce o risco da pobreza entre os mais velhos.
Estas conclusões são do mais recente estudo da OCDE, sobre os sistemas de pensões nos seus 34 países-membros, que passa revista sobre a forma como os diversos sistemas de protecção social fazem face ao fenómeno dos países ocidentais - o envelhecimento e o seu impacto nas contas públicas.
A subida continuada da expectativa de vida e o aumento dos custos com os benefícios sociais desequilibrou as contas públicas, e inverteu os paradigmas de protecção social. "Se a esperança de vida continua a subir - como as previsões apontam -, então serão necessários incrementos significativos na idade de saída do mercado de trabalho para manter o controlo sobre os custos das pensões", refere-se. Para manter a duração da pensão ao nível actual, os homens terão de trabalhar em 2050 até aos 66,6 anos e as mulheres até aos 65,8 anos.
Os cálculos mostram que, caso se trabalhe mais um ano, os resultados apenas são negativos para 11 países e Portugal é o quarto com maior desincentivo ao trabalho, depois da Grécia, do Luxemburgo e da Turquia.
Conclui-se então que, quem não quiser empobrecer na reforma, deve continuar a trabalhar para além da idade de reforma, continuando a descontar para um tempo de reforma cada vez menor, arriscando-se a morrer antes de beneficiar desse direito e dos descontos que foi fazendo.
Por outro lado, a acontecer a possibilidade de se trabalhar, mesmo “voluntariamente”, até mais tarde, em simultâneo vão-se tapando as oportunidades de os mais jovens entrarem no mundo do trabalho e reduzindo a angariação de fundos de tesouraria para pagar essas reformas.
Finalmente na reforma, começam os sustos com novas regras que os governos vão renovando, mesmo os que trabalham para além do limite, são surpreendidos com cortes nas reformas, que a imoralidade política impõe.
Por outro lado, os mais novos começam a ser formatados para não pensarem que vão ter direito a qualquer reforma.
A pergunta que se tem que por é: “Se no futuro o Estado não garante as reformas, porque hão de continuar a cobrar os respetivos descontos?“
Pedro Marques, secretário de estado da segurança social, defendeu que a reforma feita no sistema de pensões garante a Portugal a sustentabilidade das mesmas para as próximas décadas e referiu que o relatório da OCDE sobre pensões, já reconhece que a idade média de reforma em Portugal é mais alta que a média dos restantes países da organização. "O que nos dá indicadores positivos nessa área, pois já temos essa prática", disse.
Felizmente que o governo atual vem dizer que há garantia de reformas para umas décadas.
Mas aí é que mora o perigo, porque faz sempre o contrário do que diz e muda as regras no meio do jogo… 

4 comentários:

  1. Certíssimo! Venha o diabo e escolha! Penso muitas vezes sobre o que me estará reservado na velhice...

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  2. Anabela
    "Velhice" que é já daqui a pouco... por isso é urgente lutar contra a reação.

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  3. A foto do post faz-me lembrar alguém.....
    Já sei! É o falso engenheiro a pensar no novo PEC! Reformas? Hum...Olha o carago!

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  4. maria
    Assim vai ficar, porque este não ainda pensa...

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