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sexta-feira, 25 de março de 2011

Uma queda livre, com danos irreparáveis?

Para o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, a queda do executivo de José Sócrates não impedirá mais “austeridade” para o país
O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) afirmou hoje que a demissão do primeiro-ministro José Sócrates “provocou um clima de instabilidade que vem na pior das alturas” para Portugal.
“Para as pessoas que defendem o Estado Social, designadamente na Saúde, Segurança Social e Educação, não vejo nada de bom por um governo do PS ser substituído por um governo do PSD” sublinha Alfredo Bruto da Costa.
Antecipando o provável cenário de novas eleições, o antigo responsável pelo Conselho Económico e Social sustenta que “o PSD não é alternativa” para resolver a grave crise que o país atravessa.
“Em matéria de austeridade não irá fazer menos do que iria fazer José Sócrates, aquilo que poderá fazer diferente é em matéria de afectar o Estado Social, relativamente às garantias em matéria de Saúde, Segurança Social ou Educação, e mais na linha das liberalizações, no campo laboral, e nas privatizações” aponta ainda.
Alfredo Bruto da Costa realça que, ao traçar esta conjuntura, “não pretende defender sem restrições as politicas do PS, nos últimos anos”.
“A forma como Sócrates colocou os partidos perante o novo PEC foi politicamente desajeitada e potencialmente provocatória” critica o presidente da CNJP, para quem o país está agora à mercê de formas externas de dependência.
Uma dessas formas prende-se com a entrada em cena do FMI que, a acontecer, não seria positivo, na opinião de Bruto da Costa.
“O tempo que tive algum contacto com o FMI deixou-me a clara impressão de que a filosofia política que o FMI tinha, por trás das medidas que propunha ou impunha, eram medidas claramente numa perspectiva neoliberal, com a qual não me identifico” realça aquele responsável.
Alfredo Bruto da Costa defende que Portugal só poderá entrar numa rota de estabilidade se as próximas eleições trouxerem um Governo de maioria, seja a partir de associações entre partidos ou através de maioria absoluta. “O fundamental é saber o que é o povo português pensa dos dois partidos e ter um governo de abrangência maior do que teve este executivo” conclui.
Mais uma opinião/análise sobre o momento, de quem sabe do que fala, não só pela experiência de vida política, que nós também já temos, mas sobretudo pela visão humanista que põe e propõe nas soluções que apresenta, pensando sempre no vector social.

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